Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), a Rússia estará a gastar, deliberadamente, membros do grupo paramilitar Wagner, na região de Bakhmut. O objetivo? Denegrir eventuais aspirações políticas de Yevgeny Prigozhin, dono do grupo.
É que o líder paramilitar disse, recentemente, e de forma irónica, que pretendia concorrer à presidência ucraniana em 2024. O cientista político russo Aleksey Mukhin não gostou, acusando, no Telegram, que o público russo interpretou a mensagem de Prigozhin como um anúncio das suas intenções políticas na Rússia.
Mukhin questionou ainda Prigozhin sobre se já tinha notificado Vladimir Putin, presidente russo, sobre as suas "ambições presidenciais".
"O ataque de Mukhin a Prigozhin está de acordo com a avaliação do ISW de 12 de março de que o Ministério da Defesa da Rússia pode estar a gastar deliberadamente forças do grupo Wagner em Bakhmut, em parte para inviabilizar as aspirações políticas de Prigozhin", disse o instituto.
"As acusações de Mukhin também apoiam a avaliação do ISW de que o Kremlin e a Defesa russa podem estar a tentar culpar Prigozhin pelo ritmo lento de avanço em Bakhmut e pelas altas baixas entre os mercenários do grupo", lê-se ainda no relatório.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No total, segundo as Nações Unidas, já terá resultado na morte de mais de 8 mil civis.
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