Recentemente foi descoberto na cidade de Leeds, no Reino Unido, um cemitério com cerca de 1.600 anos, que pode ajudar a preencher a lacuna de conhecimento sobre os povos que aqui viveram entre a Antiguidade e a Idade Média.
De acordo com a NBC, os restos humanos encontrados dão um "raro vislumbre" da vida no Reino Unido durante a queda do Império Romano e o estabelecimento dos reinos anglo-saxões.
Entre os restos mortais de mais de 60 homens, mulheres e crianças, os antropólogos acreditam ter encontrado uma mulher que pertencia à aristocracia romana tardia, visto que, foi enterrada num caixão de chumbo.
Esta descoberta poderá ainda estar relacionada com os primeiros rituais funerários cristãos e saxões e que marca o declínio do Império Romano.
O concretizar de um sonho
À imprensa, a antropóloga responsável pelas escavações confessou que este é o "ponto alto" da sua carreira.
"Qualquer antropólogo sonha trabalhar num lugar único como este. Supervisionar estas escavações é definitivamente o ponto alto da minha carreira", admitiu Kylie Buxton, acrescentando que "descobrir um cemitério de tal importância, que marca uma transição histórica, é inacreditável".
Apesar de a descoberta ter sido feita na primavera de 2022, só agora foi divulgada e, mesmo assim, a localização exata do cemitério continua a ser desconhecida. A razão prende-se com o facto de os investigadores estarem a tentar preservar o máximo possível o local, enquanto os restos mortais e os restantes achados são submetidos a testes para confirmar todas as suspeitas.
Após estas conclusões, a autarquia pretende levar alguns objetos para o museu da cidade de Leeds.
O misterioso povo de Elmet
Acredita-se que Leeds tenha sido o centro do misterioso reino celta de Elmet, uma das comunidades que se estabeleceram após o controlo romano na Grã-Bretanha e antes dos reinos anglo-saxónico ou a chegada dos vikings, no século XIII.
Os especialistas pretendem agora verificar se os túmulos recém-encontrados confirmam que o povo de Elmet vivia ao lado da comunidade saxónica, numa altura que a Inglaterra estava a deixar para trás as suas tradições pagãs para se converter ao cristianismo.
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