Níger anuncia ter morto 30 membros do Boko Haram e detido 1.000 pessoas

O exército do Níger matou na semana passada "cerca de trinta terroristas" do grupo extremista islâmico Boko Haram e prendeu 960 pessoas, incluindo mulheres e crianças, que tinham fugido da vizinha Nigéria, anunciaram fontes oficiais nigerinas.

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Lusa
15/03/2023 11:48 ‧ 15/03/2023 por Lusa

Mundo

Boko Haram

Um reconhecimento aéreo militar observou a 7 de março "um movimento massivo de pessoas" ao longo do rio Komadougou Yobe -- que estabelece a fronteira entre o Níger e a Nigéria - em direção ao Lago Chade, anunciou o canal estatal de televisão Télé Sahel na terça-feira à noite.

Imagens aéreas de colunas de pessoas caminhando pelo mato ou nadando através de um rio foram captadas pelo canal de televisão e transmitidas na quarta-feira nos portais na internet do Ministério da Defesa e da Presidência nigerina.

Segundo a reportagem, as pessoas filmadas eram membros de Boko Haram, provenientes da floresta de Sambissa, no nordeste da Nigéria, e dirigiam-se para as ilhas nigerinas no Lago Chade para escapar aos combates entre o Boko Haram e os seus rivais extremistas islâmicos do grupo Estado islâmico na África Ocidental (ISWAP).

"Foi lançada uma operação" e "cerca de 30 terroristas foram neutralizados", antes de "o inimigo poder alcançar o Lago Chade", anunciou a Télé Sahel.

Antes de lançar o ataque em 11 de março pelas 06:00 locais (05:00 TMG), o exército tinha tentado "sem sucesso" "negociar uma rendição sem derramamento de sangue" através de enviados lançamento de panfletos.

As 960 pessoas, "na sua maioria mulheres e crianças", foram detidas entre 7 e 11 de março e transferidas para Diffa, a principal cidade do sudeste do Níger, onde foram entregues às autoridades militares nigerinas locais, informou a televisão estatal.

"Um grande número de membros de Boko Haram em fuga da floresta de Sambissa foram intercetados na semana passada por militares [nigerinos] na fronteira nigeriana e foram depois entregues às autoridades da Nigéria", confirmou um funcionário público em Toumour, uma vila nigerina próxima da pequena cidade de Bosso, junto às margens do Lago Chade, em declarações à AFP.

Um outro funcionário público informou que "muitos" outros "continuam a marcha" em direção às ilhas do Lago Chade "especialmente grupos de mulheres e crianças em condições deploráveis".

A bacia do Lago Chade, que estende as suas margens entre a Nigéria, Níger, Camarões e Chade, é uma vasta extensão de água e pântanos, onde os grupos armados extremistas islâmicos Boko Haram e ISWAP bases escondidas nas inúmeras ilhas aí existentes.

O Níger, a Nigéria, o Chade e os Camarões criaram a Força Multinacional Mista (MMF) com 8.500 efetivos em julho de 2015 para combater os grupos armados extremistas islâmicos.

Leia Também: Nigéria anuncia morte de 27 combatentes islâmicos em 2 semanas

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