Eurodeputados querem sanções mais duras contra repressão na Bielorrússia

O Parlamento Europeu insurgiu-se hoje contra a repressão na Bielorrússia, incluindo a prisão de laureados com o Prémio Nobel da Paz e jornalistas, e apelou a mais sanções contra o regime do Presidente Alexander Lukashenko.

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Lusa
15/03/2023 12:45 ‧ 15/03/2023 por Lusa

Mundo

Bielorrússia

Os eurodeputados aprovaram uma resolução que "condena a repressão sistemática do regime bielorrusso contra o seu povo e as vozes dissidentes, incluindo através de julgamentos por motivos políticos e à porta fechada".

Na ótica dos parlamentares europeus, estes atos constituem "graves violações dos direitos humanos".

Em causa estão as recentes condenações do jornalista Andrzej Poczobut e do Prémio Novel da Paz Ales Bialiatsk que para o Parlamento Europeu demonstram "os esforços do regime para suprimir todo o envolvimento cívico na defesa dos direitos humanos e de todos os meios de comunicação social independentes" daquele país.

"Os eurodeputados condenam também a pesada pena de prisão pronunciada à revelia da líder da oposição bielorrussa exilada Svetlana Tikhanovskaya e outras figuras do Conselho de Coordenação", acrescentam.

Os eurodeputados apelaram igualmente "à libertação e compensação de todas as pessoas injustamente detidas" e condenaram o "envolvimento na guerra da Rússia contra a Ucrânia", referindo-se ao regime de Alexander Lukashenko como "cúmplice do patrocínio estatal russo ao terrorismo".

O Parlamento Europeu também exortou a Comissão a endurecer as sanções contra Minsk, "de modo a incluir todos os cúmplices na repressão do regime, incluindo juízes, procuradores e funcionários responsáveis pela aplicação da lei, funcionários prisionais e de colónias penais".

E deixou um alerta: "Que se garanta o cumprimento adequado das sanções."

"A resolução também sublinha a necessidade de uma investigação abrangente dos crimes cometidos pelo regime de Alexander Lukashenko contra o povo da Bielorrússia, ao mesmo tempo que apela aos países da União Europeia para que apliquem ativamente o princípio da jurisdição universal e preparem processos judiciais contra funcionários bielorrussos", sublinhou a nota que acompanha a aprovação da resolução.

Defensores dos direitos humanos na Bielorrússia denunciaram na terça-feira uma nova onda de repressão de dissidentes que causou a detenção de mais de 100 pessoas -- incluindo vários psicólogos e psiquiatras -- numa semana.

O Viasna, o mais antigo e mais destacado grupo de defesa dos direitos humanos bielorrusso, indicou que as detenções em massa ocorreram na capital, Minsk, bem como no leste e no oeste do país, tendo as autoridades tomado como alvos ativistas da oposição, jornalistas, profissionais de saúde, membros de clubes desportivos de tiro e operadores de 'drones' (aparelhos voadores não-tripulados).

Leia Também: Mais de 100 detidos numa semana na Bielorrússia

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