A presidente da Moldova reiterou esta sexta-feira que o país não está em risco de entrar em guerra com a Rússia, apesar da influência externa que acusa Moscovo de estar a exercer, para destabilizar a nação junto ao Mar Negro, 'encaixada' entre a Roménia e a Ucrânia.
Num discurso perante o parlamento moldavo, Maia Sandu procurou tranquilizar a população, afirmando que "não há perigo de a guerra chegar à Modova enquanto a Ucrânia estiver a lutar".
"Quero assegurar os nossos cidadãos que a Moldova não está em perigo de guerra. O exército russo não consegue chegar cá enquanto a Ucrânia aguentar - e, assim, proteger a Moldova. Estamos muito gratos para com os ucranianos pela sua coragem e amor pela liberdade", disse a líder, citada pela Reuters.
Sandu voltou a acusar Moscovo de tentar fomentar discórdia e protestos, através da região da Transnístria, mas garantiu que a pressão do Kremlin não a desmotivará.
"Enquanto eu for presidente, a Moldova vai aguentar", prometeu.
A Moldova está a atravessar um período de grande instabilidade social e política, devido ao impacto da guerra na Ucrânia. Além dos elevados custos da energia (setor que depende muito da Rússia) e da inflação, o país de 2,6 milhões de pessoas tem ainda de lidar com a tensão na região da Transnístria, uma faixa de território entre a Moldova e a Ucrânia onde a população é maioritariamente russófona, e onde os políticos locais têm relações próximas com o Kremlin.
As tensões entre o governo central e a Rússia chegaram a um ponto em que as autoridades moldavas detiveram vários ativistas pró-russos, que estariam a tentar entrar no país, sob acusações de que iriam tentar organizar manifestações e motins.
Muitos na Moldova também não têm apreciado as aproximações de Sandu (eleita em 2020) e do governo à União Europeia, com vários protestos pró-Rússia a encherem as ruas de Chisinau, a capital.
Sandu, contudo, não arreda pé, e pediu à população e à classe política para se unir em torno da candidatura à União Europeia.
"Em 2030, a Moldova deve tornar-se membro da União Europeia. Peço a todas as forças políticas que coloquem a adesão acima de todos os interesses e que apoiem este movimento incondicionalmente", afirmou.
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