Brasil lança operação contra ofensiva do crime organizado no nordeste

O Brasil lançou hoje uma ampla operação contra alegados membros do crime organizado suspeitos de realizarem dezenas de atentados no estado do Rio Grande do Norte, no nordeste do país, desde o início da semana.

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Lusa
17/03/2023 16:54 ‧ 17/03/2023 por Lusa

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Pelo menos 18 suspeitos foram detidos e outro morreu em confronto com a polícia, segundo um balanço preliminar da Operação Normandia, que mobilizou cerca de 150 agentes de diferentes órgãos e forças de segurança em toda a região.

As autoridades ainda procuram outros 11 suspeitos, todos supostamente ligados ao Sindicato do Crime, a fação criminosa que se acredita estar por detrás dos graves distúrbios ocorridos nos últimos dias.

Desde a madrugada de terça-feira supostos integrantes da fação dispararam e incendiaram veículos, empresas, delegacias, bancos e sedes de órgãos públicos, espalhando o caos em pelo menos 40 municípios do Rio Grande do Norte.

Embora o número de ataques tenha diminuído desde então, um grupo de suspeitos ateou fogo, na quinta-feira à noite, numa garagem com 15 motocicletas da polícia de trânsito em Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Também houve ocorrências em Parnamirim, onde pelo menos um camião e um carro de uma empresa de telecomunicações foram também queimados.

Desde o início da crise de segurança no Rio Grande do Norte, 93 suspeitos foram presos, incluindo os 18 de sexta-feira, e foram apreendidos 62 artefatos explosivos, 20 armas de fogo e 23 latas de gasolina, além de dinheiro, drogas e munições.

Esta ofensiva criminosa afetou o funcionamento de serviços básicos como transporte municipal ou recolha de lixo, total ou parcialmente suspensos, e gerou pânico na população.

O Ministério da Justiça enviou tropas da Força Nacional, órgão de elite da Polícia, para reforçar a segurança, embora a sua presença não tenha impedido a continuação dos motins.

O Sindicato do Crime, que domina o tráfico de droga e atua de dentro das cadeias do Rio Grande do Norte, nasceu há uma década como dissidente do Primeiro Comando da Capital (PCC), que é a maior organização criminosa do Brasil.

Investigações preliminares indicam que o caos semeado nos últimos dias no Rio Grande do Norte é uma resposta ao recente endurecimento das políticas públicas de combate à criminalidade e às más condições do sistema prisional.

Também está a ser analisada a possibilidade de o Sindicato do Crime se ter aliado temporariamente a outras quadrilhas que atuam na região para realizar os ataques. 

Leia Também: Desemprego no Brasil para de baixar e estagna com taxa de 8,4%

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