Putin garante que fará "tudo" para impedir ameaças à segurança da Crimeia
O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu hoje que a Rússia fará tudo para impedir ameaças à segurança da península ucraniana da Crimeia, que anexou em 2014, após referendos considerados ilegais pelo Ocidente, que impôs sanções a Moscovo.
© ALEXEI BABUSHKIN/SPUTNIK/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"Obviamente, os problemas de segurança são uma prioridade para a Crimeia e [a cidade portuária de] Sebastopol, especialmente agora", com a "operação militar especial" russa na Ucrânia às suas portas, sublinhou Putin, durante uma videoconferência sobre o desenvolvimento socioeconómico da península.
O chefe de Estado russo emitiu estas declarações perante o líder imposto pela Rússia à Crimeia, Serguei Axionov, entre outros responsáveis, na véspera do nono aniversário da anexação da península e do seu principal porto, a 18 de março de 2014.
"Gostaria de felicitar os habitantes da Crimeia, os residentes de Sebastopol, todos os cidadãos do nosso país pelo próximo Dia da Reunificação da Crimeia com a Rússia", disse Putin.
O líder do Kremlin destacou que, há nove anos, os habitantes da Crimeia e de Sebastopol tomaram "uma decisão histórica final e inequívoca: tornar-se parte de um país único e grande, mais uma vez e para sempre".
A 18 de março de 2014, o Presidente russo assinou o tratado de anexação da península ucraniana e de Sebastopol, após dois referendos em que os residentes da Crimeia alegadamente aprovaram com 96,77% a sua incorporação na Rússia e com 95,6% os do principal porto, considerado uma cidade com estatuto federal. A anexação foi formalizada três dias depois.
Na ofensiva militar da Ucrânia cujo início Putin ordenou a 24 de fevereiro de 2022, a Rússia conseguiu criar um corredor terrestre entre o Donbass, no leste da Ucrânia, e a Crimeia, no sul, que necessita, para a sua sobrevivência, de recursos hidrológicos, energéticos e agrícolas do sul da Ucrânia.
Com a anexação ilegal, em setembro passado, das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, a Rússia transformou o mar de Azov num mar interno, o que garante a segurança da Crimeia, que criou mais uma linha de defesa.
Nos últimos treze meses, a Crimeia tem sido, contudo, alvo de vários ataques atribuídos à Ucrânia.
A península tornou-se um alvo inimigo em agosto de 2022, devido a uma operação de sabotagem contra um arsenal do exército russo e a umas explosões suspeitas num aeródromo russo.
Em outubro passado, a ponte da Crimeia, joia da coroa de Putin e que une a península ocupada à Rússia, foi fortemente danificada por um atentado com explosivos atribuído por Moscovo às forças ucranianas.
O vice-primeiro-ministro russo, Marat Jusnulin, afirmou hoje que em breve começarão a circular novamente pequenos camiões e que a segunda via ferroviária da infraestrutura será reaberta antes de 01 de julho. A circulação nas duas vias rodoviárias já foi restabelecida.
A Ucrânia nunca deixou de insistir que, mais cedo ou mais tarde, libertará o território ocupado pela Rússia e celebra, desde 2020, a 26 de fevereiro, o Dia da Resistência à Ocupação da República Autónoma da Crimeia e da Cidade de Sebastopol - data na qual, em 2014, ocorreu em Simferopol a maior manifestação de apoio à integridade territorial e unidade do Estado ucraniano.
Além disso, em agosto de 2021, Kiev lançou a Plataforma da Crimeia, que recolhe apoios internacionais para a recuperação da península e que este ano pediu à Rússia para cessar de imediato as hostilidades e retirar as suas tropas dos territórios ocupados.
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