'Cão-guaxinim' poderá estar na origem da Covid-19, segundo novos dados

Estes animais são, frequentemente, criados pelo seu pelo e carne, vendidos nos mercados chineses.

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/03/2023 23:57 ‧ 17/03/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Covid-19

Apesar das incertezas quanto à origem da Covid-19, novos dados sugerem que a doença poderá mesmo ter surgido a partir de um animal, e não num laboratório, como se especula. Na verdade, análises a material genético do mercado de Wuhan, na China, onde a pandemia terá brotado, indicam que o 'culpado' poderá ter sido um 'cão-guaxinim', um canídeo originário do Japão.

"Estes dados não fornecem uma resposta definitiva sobre como a pandemia começou, mas todos os dados são importantes para nos aproximar da resposta", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta sexta-feira, citado pela Associated Press (AP).

O responsável criticou também a China por não ter partilhado as informações genéticas recolhidas mais cedo, nomeadamente no início desta emergência de saúde global.

A sequência genética foi publicada pelo centro chinês de controlo de doenças no maior banco de dados público de vírus do mundo, de acordo com a AP. As informações foram, contudo, removidas, mas não antes de um biólogo francês as partilhar com um grupo de cientistas que está a investigar a origem do vírus.

Estes animais são, frequentemente, criados pelo seu pelo e carne, vendidos nos mercados chineses.

Embora a descoberta não seja definitiva, é "de longe a evidência mais forte para apoiar a origem animal", disse Ray Yip, epidemiologista e membro fundador do escritório dos Centros de Controlo de Doenças dos EUA na China, à AP.

Por seu turno, a diretora técnica de Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, fez notar que a análise não encontrou qualquer indício do vírus num animal, nem que tenham sido animais a infetar humanos. Considerou, no entanto, que a descoberta concedeu "pistas" para a origem da doença.

De notar que a OMS admitiu, esta sexta-feira, reduzir este ano o nível máximo de alerta em vigor para a Covid-19, alegando que o impacto da doença poderá em breve ser comparado com o da gripe sazonal.

Segundo os dados mais recentes da organização, divulgados na quinta-feira, desde o início da pandemia foram registados mais de 760 milhões de casos e cerca de 6,8 milhões de mortes em todo o mundo provocadas pela Covid-19.

Entre 13 de fevereiro e 12 de março, foram notificados quase 4,1 milhões de novos contágios e 28 mil mortes, uma diminuição de 40% e 57%, respetivamente, em comparação com os 28 dias anteriores a nível global.

Já na Europa, a OMS avança que se registaram mais de 1,5 milhões de novos casos, um aumento de 20% em relação aos 28 dias anteriores, mas o número de mortes baixou 26% para 9.274 óbitos notificados.

Leia Também: OMS admite baixar nível de alerta para a Covid-19. "Posição muito melhor"

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