O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou, este domingo, que o incidente entre um drone MQ-9 e dois caças Su-27 russos no Mar Negro comprova o “envolvimento direto” dos Estados Unidos no conflito encetado pelo regime de Moscovo contra a Ucrânia, apontando que a missão do drone norte-americano “não era, de todo, pacífica”.
“É óbvio o que é que estes drones estão a fazer, e a sua missão não é, de todo, pacífica, [nem] para garantir a segurança do transporte marítimo em águas internacionais”, disse Peskov, em entrevista citada à agência Interfax.
O responsável foi mais longe, indicando que, na sua ótica, o incidente comprova “o envolvimento direto dos operadores destes drones no conflito contra nós”.
De notar que, na quinta-feira, os Estados Unidos divulgaram imagens do que alegam ser um avião russo a despejar combustível por cima do drone da Força Aérea norte-americana e a danificar a hélice do aparelho, que sobrevoava o Mar Negro, na terça-feira.
Segundo a Reuters, que cita fonte do Pentágono, o vídeo foi editado, mas apenas em termos de duração. A mesma fonte garante que os eventos são sequenciais.
Após este incidente, os Estados Unidos garantiram que foram forçados a derrubar o 'drone' nas águas do Mar Negro, culpando Moscovo.
Por seu turno, o Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer contacto entre os seus caças e o 'drone', que, segundo a versão do Kremlin, iniciou um voo repentino e descontrolado e caiu no mar após perder altitude repentinamente.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.231 civis desde o início da guerra e 13.734 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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