"Se finalmente decidirmos não prolongar este acordo em 60 dias, então estamos prontos a entregar gratuitamente da Rússia todo o volume que tem sido destinado aos países mais necessitados de África nos últimos tempos", disse num discurso perante dirigentes africanos, em Moscovo.
E acrescentou que a Rússia estava "a cumprir conscienciosamente todas as suas obrigações, tanto no fornecimento de alimentos, fertilizantes, combustível e outros produtos críticos aos Estados do continente, ajudando assim a garantir a sua segurança alimentar e energética".
Repetiu, mais uma vez, as suas críticas aos europeus, acusando-os de açambarcarem cereais à saída dos portos ucranianos.
"Apenas três milhões de toneladas de cereais foram enviadas para África e 1,3 milhões para os países mais pobres de África", disse, em comparação com os "12 milhões de toneladas enviadas da Rússia" para o continente.
O presidente russo disse no seu discurso que Moscovo "decidiria sobre a sua futura participação" no negócio de cereais, que foi prolongado no sábado até 18 de maio, apenas se "uma implementação justa e completa" do mesmo fosse "assegurada".
No início do dia de hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo tinha condicionado a continuação de Moscovo do acordo, entre outras coisas, "à reconexão" do Rosselkhozbank ao sistema de pagamentos internacionais Swift, "à abolição das restrições aos seguros e resseguros" de navios e "À libertação de ativos e contas estrangeiras de empresas russas associadas à produção e transporte de alimentos e fertilizantes".
"Sem progressos no cumprimento destes requisitos (...) a nossa participação será suspensa", advertiu o ministério russo.
Na forma atual, "o acordo continuará a funcionar durante os próximos dois meses dentro dos parâmetros existentes, sem quaisquer alterações nos portos em causa", afirmou na declaração.
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