"A eletricidade será gradualmente introduzida na rede até atingir 300 megawatts" por dia, a capacidade total da nova unidade de produção que arrancou na segunda-feira à noite na central elétrica de Hwange, afirmou num comunicado a Empresa de Energia do Zimbabué (ZPC, na sigla em inglês).
A economia vacilante do país depende de Hwange, a sua maior central elétrica alimentada a carvão, para a sua eletricidade.
Segundo o Governo, a central está atualmente a funcionar a menos de metade da sua capacidade e a sua manutenção é deficiente.
Com 85% de financiamento da empresa estatal chinesa Sinohydro, o Zimbabué construiu duas novas unidades geradoras, cada uma com uma capacidade de 300 megawatts, a um custo de 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), prolongando a sua dependência da energia dos combustíveis fósseis. A segunda unidade adicional deverá entrar em funcionamento em outubro.
No entanto, os cerca de 16 milhões de habitantes do Zimbabué precisariam diariamente de cerca de 1.700 megawatts de energia, muito longe do que o país é capaz de produzir.
A escassez já recorrente agravou-se também significativamente no país da África Austral nos últimos meses devido ao quase total esgotamento de água na barragem de Kariba (norte) causado pela seca.
O Zimbabué partilha este reservatório artificial, um dos maiores do mundo, com a vizinha Zâmbia.
Em dezembro, as autoridades impuseram até 19 horas de apagões por dia, com a energia restaurada entre a meia-noite e as 05:00 (03:00 TMG, a mesma hora que em Lisboa). Algumas pessoas levantam-se a meio da noite para aproveitarem algumas horas de eletricidade para cozinhar uma refeição, recarregar uma bateria ou ir buscar água.
O Zimbabué tem estado mergulhado numa grave crise económica nos últimos 20 anos. Eletricidade, alimentos, combustível e medicamentos, tudo é escasso na economia do país, que é marcada por uma inflação galopante.
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