"Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com a adoção pelo Knesset (parlamento israelita) de uma legislação que anula partes importantes da lei de desocupação de 2005", declarou à imprensa um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel.
O parlamento israelita aprovou uma polémica revisão à lei de desocupação de 2005, que repõe quatro colonatos judeus na Cisjordânia, ao mesmo tempo que o Governo chefiado por Benjamin Netanyahu -- o mais à direita da história de Israel - demonstra intenção de expandir os colonatos existentes e construir novos colonatos.
A proposta defendida pelo Governo israelita foi aprovada por 31 votos a favor e 18 contra, contando com o apoio dos partidos ultraortodoxos que integram o executivo de Netanyahu.
A alteração à lei hoje aprovada elimina as cláusulas que impediam a presença de colonos israelitas em Ganim, Homesh, Kadim e Sa Nur, colonatos evacuados há 17 anos, no âmbito da retirada de colonos e militares da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Segundo o jornal Times of Israel, ainda é necessária a aprovação do Comando Central do Exército para que seja permitido o regresso de israelitas às zonas que são reclamadas pelos grupos nacionalistas que apoiam a expansão dos colonatos na Cisjordânia.
O primeiro-ministro israelita disse que "o povo judeu tem o direito exclusivo e inquestionável a todas as áreas da 'terra de Israel'", frisando que vai impulsionar a expansão dos colonatos da Cisjordânia.
"O Governo vai impulsionar e desenvolver colonatos em todas as partes da 'Terra de Israel': Galileia, Neguev, Montes Golã, Judeia e Samaria (nome bíblico da Cisjordânia)", indicou Netanyahu.
O porta-voz da diplomacia norte-americana Vedant Patel reagiu igualmente às polémicas declarações do ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich - que negou, no domingo, em Paris, a existência dos palestinianos enquanto indivíduos e enquanto povo - classificando-as hoje como "ofensivas e perigosas".
"Consideramos que tais afirmações não só são inexatas, como também preocupantes e perigosas", sublinhou Patel.
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