Polónia volta a ter embaixador em Israel depois de relações cortadas
A Polónia vai voltar a ter um embaixador em Israel depois de anos de relações cortadas entre ambos os países, anunciou hoje o ministro das Relações Exteriores israelita.
© Getty Images
Mundo Diplomacia
Eli Cohen visitou a Polónia com o objetivo de restabelecer as relações entre os dois países.
"Estou feliz por termos acordado o regresso do embaixador polaco a Israel" disse Cohen durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro polaco, Zbigniew Rau, a quem se referiu como amigo e "parceiro de confiança" mais do que uma vez no decorrer da conferência.
Os dois ministros assinaram um acordo que permite retomar as viagens de jovens israelitas à Polónia escoltados por agentes da Shin Belt, agência de segurança judaica, um dos pontos que levou à discórdia entre os países quando, em 2018, o Governo polaco proibiu estas escoltas.
"Este acordo fecha uma certa etapa [...] e abre perspetivas para relações equilibradas, igualitárias e baseadas na reciprocidade", considerou o ministro polaco.
Esta é a primeira reunião neste sentido desde 2018 e, segundo o ministro polaco, será precedida por uma visita do presidente israelita, Isaac Herzog, que estará presente nas comemorações do 80.º aniversário da revolta do Gueto de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial, a acontecer no próximo mês.
Em 2018, a Polónia aprovou uma lei que tornava ilegal culpar o país pelo Holocausto. Com a dificuldade de aplicar esta lei na prática, em 2021, o parlamento polaco aprovou uma segunda lei que deixava os sobreviventes do Holocausto impossibilitados de recuperar propriedades apreendidas pelo regime comunista no pós-Segunda Guerra.
As divergências surgiram principalmente com a forma como Israel descrevia o envolvimento polaco no Holocausto.
A Polónia, que tinha uma grande comunidade judaica antes do genocídio nazi, foi ocupada em 1939 e, apesar de não ter existido um governo colaboracionista na Polónia, alguns polacos aliaram-se aos alemães no processo do Holocausto, que vitimou milhões de judeus e não-judeus.
O atual Governo polaco procurou marginalizar este facto e concentrar-se exclusivamente na memória daqueles que ajudaram o povo judeu, posição que foi fortemente condenada por historiadores, autoridades israelitas e sobreviventes judeus que acusaram o Governo de tentar encobrir a história.
A disputa entre a Polónia e Israel levou ao ressurgimento do discurso antissemita na sociedade polaca.
Israel foi fundado como refúgio para os judeus depois da guerra, acolhendo muitos sobreviventes dos campos de concentração.
Leia Também: Primeiro-ministro japonês compromete-se a ajudar Polónia no apoio a Kyiv
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com