DeSantis vê Trump mais longe, mesmo perante possível detenção
O governador da Flórida tem sido mais crítico contra o antigo presidente, mas está longe de se aproximar do seu número de apoiantes.
© Getty Images
Mundo Estados Unidos
Ron DeSantis ainda não anunciou a sua candidatura oficial à Casa Branca, mas o atual governador da Flórida - e um dos rostos mais reconhecidos do Partido Conservador - tem visto a sua desvantagem aumentar contra o antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Uma nova sondagem desta quarta-feira pela empresa Morning Consult, do grupo Deloitte, coloca Trump com uma percentagem de apoio de 54% entre os eleitores para as primárias do Partido Republicano, com DeSantis a recolher apenas 26% dos votos, a sua percentagem mais baixa em qualquer sondagem desde dezembro.
Esta recolha de dados surge depois de outra sondagem, recolhida pelo site FiveThirtyEight, com dados recolhidos entre o dia 16 e o dia 21, ter dado uma vantagem de 30 pontos percentuais entre os dois principais candidatos à presidência dos Estados Unidos.
A grande vantagem de Donald Trump é significativa, especialmente porque é divulgada numa altura em que o antigo líder do país está a pedir protestos pelos seus manifestantes, denunciando que será detido nos próximos dias por causa de um processo no qual é acusado de usar dinheiro da sua campanha para pagar a uma atriz pornográfica.
As Trump awaits potential indictment on charges related to a 2016 hush money scheme with adult-film star Stormy Daniels, he has posted one of his largest polling leads in the 2024 Republican primary. https://t.co/4CBfh5gVos pic.twitter.com/2duuXYJCQn
— Morning Consult (@MorningConsult) March 22, 2023
DeSantis tem sido mais ativo, tanto em termos de propostas políticas como em ataques contra o antigo presidente. O governador da Flórida - que tem sido comparado ao antigo presidente, apesar do seu currículo legislativo no estado demonstrar políticas muito mais conservadoras, opressivas e totalitárias - criticou Trump pela forma como este lidou com a pandemia e criticou também o seu envolvimento com Stormy Daniels (a tal atriz a quem Trump pagou 130 mil dólares para esta não revelar o caso).
Na segunda-feira, o governador disse que não sabe "como é que alguém paga dinheiro para silenciar uma atriz pornográfica sobre um alegado caso", o que levou o senador Lindsey Graham, um dos mais próximos aliados do ex-presidente, a avisar que Trump poderá tornar-se mais pessoal e direto nos seus ataques.
O antigo presidente tem reconhecido a ameaça que DeSantis coloca à sua candidatura, à semelhança do que aconteceu com Ted Cruz em 2016. Apesar da campanha, iniciada em novembro, estar a gerar menos contribuições e menos entusiasmo, Trump tem tentado as suas táticas habituais, com imitações e alcunhas engraçadas para gozar com os restantes concorrentes.
Atrás de Trump e DeSantis continuam Mike Pence, antigo vice-presidente durante o mandato anterior, e Nikki Haley, a antiga embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, nomeada para o cargo por Trump.
Na sondagem da Morning Consult, a embaixadora surge com 4% das intenções de voto, atrás de Mike Pence, com 7%.
Seguem-se Liz Cheney, a antiga deputada que foi das únicas pessoas no Partido Republicano a fazer frente a Trump e a votar a favor dos votos de exoneração; Greg Abbott, o governador ultraconservador do Texas; Mike Pompeo, antigo secretário de Estado de Trump; e o milionário Vivek Ramaswamy, que é, além de Haley e Trump, o único candidato republicano oficial na corrida à Casa Branca.
Do lado democrata, o partido continua à espera da declaração oficial de candidatura de Joe Biden, que não tem escondido as suas intenções em concorrer a um segundo mandato.
O atual presidente não deverá ter uma oposição considerável à sua liderança no Partido Democrata, com a única outra candidata anunciada a ser a controversa Marianne Williamson, uma antiga candidata em 2020 e escritora de livros de autoajuda.
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