"Guerra não pode ser considerada uma solução para os conflitos", diz Papa
O Papa Francisco avisou hoje que os países da União Europeia (UE) vão trair o "seu sonho original" se não procurarem soluções para alcançar a paz na Ucrânia.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"A guerra não pode e não deve continuar a ser considerada uma solução para os conflitos. Se os países da Europa de hoje não compartilham deste princípio ético-político, significa que se afastaram do seu sonho original. Se, ao contrário, o compartilham, devem comprometer-se a aplicá-lo com todo o esforço e complexidade que a situação histórica exige. Porque a guerra é um fracasso da política e da humanidade", afirmou Francisco durante uma audiência no Vaticano, .
Francisco falava perante a assembleia plenária da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), que termina na quinta-feira em Roma.
O Papa reconheceu que não é fácil forjar um compromisso coeso pela paz porque os países da União Europeia "estão envolvidos em múltiplas alianças, interesses, estratégias, uma série de forças difíceis de reunir num único projeto".
No entanto, Francisco deixou claro que é um princípio que "deve ser compartilhado por todos com clareza e determinação".
O Papa indicou que a Europa só terá futuro se for "verdadeiramente uma união e não uma redução de países com as suas respetivas características".
Assim, o Papa exortou para que o "paradigma tecnocrático" não vença, porque "não é fecundo" e "não entusiasma as novas gerações".
Francisco lembrou o papel do cristianismo no projeto da União Europeia, embora reconheça que atualmente muita coisa tenha mudado. Desta forma, apelou para que a COMECE contribua com "valores e profissionalismo para este desafio da paz".
"Sois por natureza uma ponte entre as Igrejas da Europa e as instituições da União. Pela missão, sois construtores de relações, de encontros e de diálogos. É preciso visão, é preciso criatividade para promover a causa da paz", sublinhou o Papa perante os membros da COMECE.
Durante o encontro da COMECE em Roma, foi eleito o novo presidente do organismo, o bispo italiano Mariano Crociata, que até agora servia como titular da diocese de Latina (Itália) e também vice-presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia.
Crociata irá substituir o cardeal Jean-Claude Hollerich e cumprirá um mandato entre 2023-2028.
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