Uma criança de 10 anos foi diagnosticada com cancro cerebral, depois de se ter queixado de uma dormência na mão esquerda. Tem, agora, "meses" de vida.
Thalia Fili Toseland, de Sheffield, no Reino Unido, queixou-se de "alguma falta de força" na mão esquerda, em fevereiro. Os seus sintomas foram, progressivamente, piorando, tendo a menina perdido o controlo da mão, além de ter desenvolvido sintomas semelhantes no pé esquerdo.
Depois de ter sido referenciada para um especialista em neurologia, Thalia deixou de se conseguir vestir sozinha. No hospital, exames revelaram que a criança tinha um cancro incurável no cérebro, tendo sido diagnosticada com glioma pontino intrínseco difuso (DIPG).
"Inicialmente, pensavam que era uma inflamação ou uma infeção que estava a causar um inchaço no cérebro. Mas, depois do exame, encontraram um tumor", disse o pai, Chris Toseland, em declarações ao The Independent.
O glioma pontino intrínseco difuso é o segundo cancro cerebral mais comum entre as crianças, mas é inoperável, devido aos danos que causaria nos tecidos circundantes. Isto porque o tumor instala-se no meio do cérebro, colocando pressão na área que controla as funções motoras. O seu crescimento impede, assim, que a criança tenha acesso às suas funções motoras, perdendo a capacidade de andar, falar e engolir de forma progressiva.
"Tudo o que podemos fazer é radioterapia paliativa, para diminuir o tumor durante algum tempo. Mas ele vai aumentando e a doença torna-se progressivamente pior", lamentou o pai da menina.
I don’t usually post personal news but Clinicians have told us to pull every lever.
— Chris Toseland (@ChrisToseland) March 20, 2023
Our daughter has with #dipg Brain cancer. There is no cure and typically 9m life expectancy.
If anyone knows of trials then please get in contact! #braincancer #childrenscancer @CR_UK pic.twitter.com/WdVrYOugS7
"Sinto que há alguém com uma arma apontada à cabeça da minha filha, e sei que o gatilho será ativado, só não sei quando", complementou o investigador de oncologia na Universidade de Sheffield.
"O mais surreal é que ela tinha apenas uma fraqueza no lado esquerdo – as nossas mentes são pensaram num tumor cerebral. Pensámos que tinha uma contratura muscular", disse, adiantando que "associávamos tumores cerebrais a dores de cabeça, vómitos e convulsões, não a isto".
"Já é mau o suficiente ser informado que a nossa filha tem cancro, mas ouvir que não há nada a fazer é muito difícil de processar. Como é que funcionamos?", lançou.
O pai de Thalia apelou, na rede social Twitter, para que lhe fornecessem informações sobre ensaios clínicos, ainda que a família tenha aceitado que a menina não ficará curada. Contudo, enquanto investigador, Chris reconheceu que os ensaios clínicos para o cancro cerebral "não têm tanto financiamento como para outros cancros", estando determinado a encontrar uma cura para a doença da filha.
"Quero que as pessoas se levantem e façam os investimentos acontecer. Deem apoio a esta doença, porque quando chega, dizima famílias. Muda famílias para sempre", rematou.
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