O ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, foi acusado formalmente, esta quinta-feira, num caso que envolve alegados subornos à atriz pornográfica Stormy Daniels. As ações terão acontecido em 2016, quando o político se encontrava em campanha presidencial.
De acordo com o que avança o New York Times, a acusação ainda não é conhecida, mas é esperado que seja revelada nos próximos dias. A decisão da justiça norte-americana é uma viragem na História, dado que Trump será o primeiro ex-presidente a enfrentar acusações criminais.
As acusações já foram rejeitadas por Trump, que tem vindo a criticar a investigação do procurador do distrito de Manhattan, classificando-a como politicamente motivada.
A investigação em causa envolve alegados pagamentos de Trump, no valor de 130 mil dólares (cerca de 121 mil euros), feitos à atriz pornográfica Stormy Daniels, por forma a impedi-la de publicar imagens de um encontro sexual que terão tido anos antes de 2016, quando os pagamentos terão sido feitos - em plena campanha presidencial.
As transações a Daniels, cujo verdadeiro nome é Stephanie Clifford, terão sido feitos através de uma empresa de fachada, com a ajuda do advogado, Michael Cohen. O responsável terá sido mais tarde reembolsado por Trump através da empresa Trump Organization, movimentos que ficaram registos como despesas legais.
Cohen também terá conseguido com que a ex-modelo da Playboy Karen McDougal recebesse 150 mil dólares (cerca de 138 mil euros) por parte da American Media Inc., que detém títulos como National Enquirer, Us Weekly e In Touch. A editora terá pagado à mulher pelos direitos da sua história com Trump, que terá depois enterrado.
Segundo conta ainda o jornal, um ex-conselheiro da Casa Branca na administração Trump apelou, no programa Steve Bannon’s War Room, cuja audiência está repleta de apoiantes do milionário, a que os apoiantes do político "se manifestassem pacificamente". "Vamos ver quem são os políticos, quem são os golpistas e quem são os patriotas do 'América em Primeira Lugar'”, afirmou Sebastian Gorka, rematando: “Este é um momento de triagem".
A investigação de Nova Iorque é um dos muitos problemas legais que Trump enfrenta, pois o departamento de Justiça está a investigar a descoberta de documentos classificados referentes à sua Administração encontrados na sua propriedade da Florida, Mar-a-Lago, já depois de deixar a Casa Branca, bem como possíveis esforços para obstruir essa investigação.
Há cerca de 15 dias, o próprio ex-presidente disse que deveria ser detido nas horas seguintes. O mesmo baseava-se em "fugas de informação ilegais" do gabinete do procurador distrital de Manhattan, em Nova Iorque, de acordo com o que escreveu na sua rede social, Truth Social.
Apesar de o republicano não ter sido detido, as imagens de uma possível detenção, fabricadas com recurso à Inteligência Artificial começaram a circular nas redes sociais nos dias seguintes.
[Notícia atualizada às 23h20]
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