A agência noticiosa russa TASS noticiou, esta manhã, que Vladimir Tsimlyansky, membro do Estado-Maior-General das Forças Armadas da Rússia responsável pelas ações de mobilização de novos militares, negou que esteja a ser ponderada uma segunda vaga de mobilização de combatentes para a guerra na Ucrânia.
"Quero assegurar-vos que os planos do Estado-Maior-General não incluem uma segunda vaga de mobilização. Aqueles que já foram chamados para o serviço militar, assim como os cidadãos que voluntariamente manifestaram o desejo de participar na operação, são suficientes para cumprir as tarefas atribuídas", revelou a fonte citada.
Facto é, no entanto, que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na quinta-feira, um decreto que prevê um recrutamento de primavera, que entrou imediatamente em vigor, avançou a agência de notícias estatal Ria Novosti.
No documento, o líder russo destaca o "recrutamento para o serviço militar de cidadãos russos entre os 18 e 27 anos que não estejam na reserva, no total de 147 mil pessoas", cujo processo irá decorrer entre 1 de abril e 15 de julho.
Putin decidiu, neste âmbito, dispensar "os militares, marinheiros, sargentos e capatazes cujo período de serviço militar tenha expirado" e instruiu o governo e as autoridades regionais a "garantir a implementação das atividades relacionadas ao projeto", reporta ainda a RIA Novosti.
De recordar que o Ministério da Defesa do Reino Unido (MoD), na sua atualização de inteligência de quinta-feira sobre a guerra na Ucrânia, avançou que as autoridades do país estariam a preparar-se para iniciar uma grande campanha de recrutamento militar com o objetivo de inscrever "mais 400.000 soldados".
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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