Com a entrada na NATO à porta, os finlandeses vão este domingo às urnas para eleger um novo governo, com a esquerda, liderada pelos sociais-democratas do SDP, a tentar aguentar um crescimento da direita e da extrema-direita no país.
À entrada para estas eleições legislativas, a televisão pública Yle apontava que o partido conservador NCP e o partido nacionalista Finns recolhiam 19,8% e 19,5% das intenções de voto, respetivamente.
Já o SDP, liderado pela jovem primeira-ministra Sanna Marin, chegava aos 18,7%.
Quando tomou posse em 2019, como líder de uma 'geringonça' de cinco partidos, incluindo partidos mais à esquerda no parlamento e ambientalistas, Marin tornou-se na mais jovem primeira-ministra do mundo, com apenas 37 anos.
O seu mandato ficou marcado por rasgados elogios por especialistas à sua gestão da pandemia da Covid-19; e, desde 2022, a Finlândia tornou-se num dos focos diplomáticos da guerra da Ucrânia, ao apresentar, juntamente com a Suécia, uma candidatura a membro da NATO - candidatura que já foi entretanto ratificada pela Turquia.
Marin também fez manchetes após vídeos da sua vida social terem sido divulgados. As imagens da jovem líder a festejar funcionaram como uma promoção de um estilo de vida mais saudável para líderes mundiais e, ainda que alguns criticassem o seu comportamento, chamando-o inapropriado, a verdade é que uma sondagem de jornal finlandês apontou para uma taxa de aprovação de 64%.
O que torna esta eleição tão renhida para o governo liderado pelo centro-esquerda não é a figura de Marin, mas sim a economia. Segundo explica o The Guardian, o executivo tem sido acusado de aumentar consideravelmente o défice das contas do estado e as críticas da oposição sobre este crescimento da despesa funcionaram para descredibilizar a liderança.
O principal adversário é o NCP (Kansallinen Kokoomus, em finlandês), o partido conservador que promete reduzir nas despesas e nos benefícios à habitação. Segue-se o Partido dos Finlandeses (Perussuomalaiset), o partido de extrema-direita nacionalista que defende uma política anti-imigração de cidadãos extracomunitários (especialmente refugiados).
Apesar de estarem no pódio das sondagens, poucos partidos manifestaram interessem em coligar com o Perussuomalaiset - tirando o NCP, que prefere esperar pelos resultados para decidir entre uma coligação com a extrema-direita, ou um bloco central com o SDP.
Cerca de 10 partidos têm hipóteses de figurar no parlamento finlandês nestas legislativas. As urnas fecham às 20h locais (18h em Lisboa), prevendo-se que o resultado seja definitivo por volta da meia-noite.
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