Trump está às portas de ser apresentado em tribunal, mas os desafios não se ficam pela justiça. O antigo presidente soube este domingo que tem mais um adversário para as primárias republicanas, que vão decidir o candidato do partido conservador à Casa Branca em 2024.
Asa Hutchinson, antigo governador do estado do Arkansas, anunciou a sua candidatura numa entrevista à ABC News, na qual criticou Donald Trump e considerou-o um risco para o país e para o Partido Republicano.
"Estou confiante que as pessoas querem líderes que queiram o melhor para os Estados Unidos, e não aqueles que apelam aos seus piores instintos. Tomei uma decisão e a minha decisão é a de concorrer para presidente dos Estados Unidos", disse o candidato, acrescentando que o anúncio formal será no seu estado natal.
A decisão não é uma grande surpresa, já que Hutchinson, que terminou o seu mandato de oito anos como governador em janeiro, tem sugerido uma candidatura desde então.
Hutchinson tentou posicionar-se como um republicano moderado, um "conservador consistente, otimista sobre o país" e mais ao centro do que os seus rivais, nomeadamente Trump e Ron DeSantis, que ainda não anunciou se vai concorrer. Para o ex-governador, Trump é o "pior cenário" para os republicanos, e só irá melhorar as hipóteses de Joe Biden ser reeleito em 2024.
Além de Trump e de Hutchinson, já anunciaram que querem ser presidentes a antiga embaixadora nas Nações Unidas, Nikki Haley, e o bilionário Vivek Ramaswamy. Além de DeSantis, o senador Tim Scott e o antigo secretário de estado Mike Pompeo estão a considerar avançar, tal como o antigo vice-presidente e número 2 de Donald Trump, Mike Pence.
No seu mandato como governador do Arkansas, Hutchinson tornou o estado numa base republicana, depois de ter sido predominantemente democrata. Como congressista, nos anos 90, foi um dos deputados que acusou Bill Clinton no seu caso de exoneração.
Mas, nos últimos anos, o governador ficou conhecido pelas suas medidas antiaborto, implementando leis que proíbem a interrupção voluntária da gravidez no estado após a decisão do Supremo Tribunal, no verão de 2022. À semelhança de outros estados conservadores, também restringiu o acesso de pessoas transgénero a cuidados de saúde e a atividades desportivas.
O governador é também um grande preponente da pena de morte. Em 2017, Asa Hutchinson escandalizou os seus críticos, ao ordenar oito execuções de condenados no espaço de apenas duas semanas, de modo a evitar que os medicamentos para as injeções letais expirassem.
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