Paris lembra necessidade de evitar tensões na Cisjordânia e Jerusalém

A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, sublinhou hoje, numa conversa com o homólogo israelita, Eli Cohen, a necessidade de não serem tomadas medidas unilaterais face à deterioração da situação na Cisjordânia e aumento da tensão em Jerusalém.

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© Valeria Mongelli/Bloomberg via Getty Images

Lusa
03/04/2023 23:43 ‧ 03/04/2023 por Lusa

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"Face à deterioração da situação na Cisjordânia e ao aumento das tensões em Jerusalém, a ministra recordou a necessidade de se abster de quaisquer medidas unilaterais, especialmente em termos de colonatos, e de respeitar os compromissos assumidos recentemente em Aqaba e Sharm el-Sheikh", segundo um comunicado divulgado pelo ministério francês.

A chefe de diplomacia francesa sublinhou ainda "a urgência de restaurar um horizonte político para alcançar a paz entre israelitas e palestinianos, no quadro de dois Estados, vivendo lado a lado em paz e segurança, e sublinhou a necessidade de preservar o esatuto histórico nos Lugares Santos em Jerusalém", recordando "a condenação da França de todos os ataques contra civis".

As forças israelitas mataram hoje a tiro dois palestinianos na Cisjordânia ocupada, segundo o Ministério da Saúde palestiniano que, sem identificar as vítimas, divulgou na rede social Facebook que "dois mártires" foram mortos em Nablus, cidade situada a cerca de 60 quilómetros a norte de Jerusalém.

O jornal israelita Haaretz disse que os dois palestinianos mortos foram posteriormente identificados como Muhammed Nasser-Said e Muhammed Abu-Bakher, membro do pessoal de um alto funcionário do partido Fatah, liderado pelo Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas.

O exército israelita disse ter efetuado uma operação em Nablus para deter dois suspeitos de ajudar um homem que matou dois soldados a tiro na cidade de Hawara, também na Cisjordânia, em março, noticiou a agência norte-americana AP.

As forças israelitas disseram que confiscaram equipamento militar, uma arma e munições, juntamente com o veículo utilizado num ataque em Huwara em 26 de fevereiro.

Desde o início do ano, o conflito israelo-palestiniano custou a vida a pelo menos 90 palestinianos, 15 israelitas e uma mulher ucraniana, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais israelitas e palestinianas.

O balanço abrange combatentes e civis, incluindo menores, do lado palestiniano. Do lado israelita, as vítimas são maioritariamente civis, incluindo menores, e dois membros da minoria árabe.

Uma contagem da AP refere pelo menos 88 mortos do lado palestiniano e 15 do lado israelita.

Na guerra israelo-árabe de 1967, ou guerra dos seis dias, Israel ocupou Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, bem como a maior parte dos Montes Golã sírios, Gaza e a península do Sinai egípcio.

A maioria dos refugiados palestinianos e seus descendentes vive em Gaza e na Cisjordânia, bem como na vizinha Jordânia, Síria e Líbano, segundo a televisão britânica BBC.

Israel ainda ocupa a Cisjordânia e reivindica toda a cidade de Jerusalém como capital, enquanto os palestinianos reclamam Jerusalém Oriental como a sua capital.

Leia Também: Cisjordânia. Forças israelitas matam dois palestinianos durante operação

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