Mais de um ano depois do início da invasão da Federação Russa à Ucrânia, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) reúnem-se na sede da organização para avaliar todo o apoio político, económico-financeiro e militar prestado a Kiev e definir as próximas tranches.
Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que a partir de hoje a Finlândia torna-se o mais recente Estado-membro da Aliança Atlântica, pelo que o chefe da diplomacia de Helsínquia também vai participar na reunião.
Durante a tarde, haverá uma cerimónia para içar a bandeira do 31.º membro da Aliança Atlântica.
João Gomes Cravinho vai participar na reunião em representação de Portugal.
Jens Stoltenberg anunciou também que os Estados-membros vão discutir maneiras de fazer com que no futuro a Ucrânia seja um país mais autónomo na Defesa, agora que houve "uma transição" do armamento utilizado, para o enviado pelo Ocidente, substituindo o do tempo da União Soviética.
Com cada vez maior incerteza em relação à reorganização da geopolítica internacional, os Estados-membros também vão discutir as principais ameaças à Aliança Atlântica, nomeadamente "o Irão, a Rússia e a China", adiantou Stoltenberg.
Teerão e Pequim são acusados pelos países da aliança de apoiar Moscovo na guerra e há meses que 'drones' iranianos são encontrados a sobrevoar os céus da Ucrânia.
Não há ainda evidências de que a China esteja a fornecer armamento à Rússia, mas os Estados Unidos e o Reino Unido estão há semanas a alertar para essa possibilidade. O encontro entre o Xi Jinping e Vladimir Putin há duas semanas em Moscovo adensou essa dúvida.
Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO considerou que hoje ia ser "um bom dia" para a aliança, uma vez que a Finlândia vai 'fechar' um dos flancos da Rússia, com quem partilha uma longa fronteira.
Ao contrário da maioria dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da Guerra Fria (1947 a 1991 e Stoltenberg fez questão de referir isto repetindo que o Kremlin "queria menos NATO, mas vai ter, precisamente, o oposto".
Ainda 'à porta' da NATO fica a Suécia, que pediu formalmente a adesão em simultâneo com a Finlândia, processo que se mantém pendente da ratificação parlamentar pela Turquia e Hungria.
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