De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "as forças de segurança lançaram um ataque" no subúrbio predominantemente druso de Jaramana, depois de uma mensagem de voz atribuída a um druso ter sido divulgada nas redes sociais e considerada uma blasfémia contra o Islão.
Estes incidentes ocorreram um mês depois dos massacres que tiveram como alvo a minoria alauita no país, onde uma coligação islâmica assumiu o poder em dezembro.
Um residente de Jaramana disse à agência de notícias France-Presse (AFP), sob anonimato, que ouviu tiros durante a noite, acrescentando que na manhã de hoje as atividades na cidade estavam paralisadas.
O Observatório dos Direitos Humanos do Reino Unido, que tem uma forte rede de fontes na Síria, disse que os quatro mortos eram combatentes drusos. Um meio de comunicação local reportou cinco mortos durante os confrontos.
Num comunicado, as autoridades religiosas drusas locais "condenaram veementemente o ataque armado injustificado em Jaramana (...) que teve como alvo civis inocentes", responsabilizando as autoridades sírias "totalmente pelo sucedido e por qualquer agravamento da situação".
O Ministério do Interior sírio enfatizou hoje "a importância de respeitar a ordem pública ".
A nota acrescentou que as autoridades estavam a investigar a mensagem, que era "uma blasfémia contra o Profeta" Maomé, para identificar o autor e apresentá-lo à justiça.
Os drusos - uma minoria com raízes no Islão, mas com elementos distintos e esotéricos - estão distribuídos sobretudo entre o Líbano, a Síria e Israel.
Desde a queda do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad na Síria, em 08 de dezembro, após mais de 13 anos de guerra civil, Israel tem feito inúmeros gestos de abertura em relação a esta comunidade.
No início de março, após conflitos em Jaramana, Israel ameaçou com a intervenção militar se as novas autoridades sírias atacassem os drusos.
Estas observações foram imediatamente rejeitadas pelos dignitários drusos, que reafirmaram o seu compromisso com a unidade da Síria.
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