"A polícia israelita deteve mais de 350 pessoas que se barricaram violentamente no Monte do Templo", disse a polícia, que usou nesta declaração o termo judaico para designar a Esplanada das Mesquitas.
Durante a madrugada, a polícia israelita anunciou ter entrado em Al-Aqsa para "desalojar agitadores", que entraram na mesquita com "fogo de artifício, paus e pedras".
O movimento de resistência islâmica palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, denunciou um "crime sem precedentes" e apelou aos palestinianos da Cisjordânia para "irem em massa e defenderem a mesquita". O mesmo apelo foi feito pelo movimento da Jihad Islâmica, que tal como o Hamas são considerados grupos terroristas pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
As forças policiais israelitas foram obrigadas a intervir para "desalojar os agitadores", tendo procedido a detenções, indicou a polícia, num primeiro comunicado, sem adiantar um número de detidos.
Depois do anúncio dos confrontos em Al-Aqsa, vários foguetes foram disparados a partir da Faixa de Gaza, em direção a território israelita, de acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse e testemunhas.
Os militares israelitas disseram que os militantes de Gaza dispararam duas barreiras de foguetes em direção ao sul de Israel. Cinco foguetes foram intercetados na zona de Sderot (sul) e quatro aterraram em áreas abertas, sem relatos de baixas ou danos.
A liderança palestiniana condenou a operação policial e o porta-voz do Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, Nabil Abu Rudeina advertiu Israel de que esta situação "excede todas as linhas vermelhas e conduzirá a uma grande explosão".
Al-Aqsa situa-se na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islão em Jerusalém Oriental, setor palestiniano da cidade santa ocupada e anexada por Israel.
A Esplanada foi construída sobre aquilo que os judeus apelidam de Monte do Templo, o lugar mais sagrado do judaísmo.
Os confrontos, que se têm vindo a intensificar desde o início deste ano, registaram-se quando está ainda a decorrer o Ramadão, mês de jejum ritual dos muçulmanos, e quando os judeus se preparam para celebrar, a partir de quarta-feira à noite, a Páscoa judaica, ou Pessach, uma das festas mais importantes do calendário judaico.
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