Morreram em Espanha, nos últimos 20 anos, 83 militares devido à exposição a amianto, uma informação do Ministério da Defesa do país, que é avançada esta quarta-feira pelo El País.
De acordo com o diário espanhol, que teve acesso a dados oficiais, a tutela reconheceu uma média entre quatro a cinco mortes por ano, - embora a data não corresponda ao ano da morte, mas à conclusão do processo - tendo 98,8% das vítimas navegado em navios da Marinha construídos com material cancerígeno.
Note-se que o amianto tem sido usado ao longo dos anos na construção civil e produtos industriais. No entanto, este mineral pode trazer consequências irreversíveis para a saúde em caso de exposição prolongada. Existem seis variedades de amianto e todas podem causar fibrose pulmonar, cancro do pulmão e mesotelioma.
O El País nota que o amianto foi usado na construção de navios devido às suas qualidades isolantes e ignífugas. Apesar de o uso do mineral e a sua comercialização ter sido proibida em 2002 em Espanha, o amianto continuou a ser usado na manutenção dos navios mais antigos.
Além dos navios, o amianto está também presente em muitas instalações militares.
O El País nota ainda que o número de militares mortos é seis vezes maior do que aquele que foi registado pelo Metro de Madrid, onde há vários anos os trabalhadores lutam para que as doenças relacionadas com o amianto sejam reconhecidas como doenças ocupacionais.
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