Membros do governo norte-americano denunciaram que foram publicados, nas redes sociais, documentos classificados sobre planos dos Estados Unidos e da NATO de aprimorar as forças ucranianas antes de uma contraofensiva planeada contra a Rússia.
Segundo revelou na noite de quinta-feira o New York Times (NYT), o Pentágono está a investigar esta brecha de segurança, que levou à publicação de documentos altamente confidenciais no Twitter e no Telegram - sendo que esta última é a principal plataforma social na Rússia e na Ucrânia.
Os especialistas consultados pelo jornal norte-americano dão conta de que algumas partes dos documentos foram alterados, de modo a sobrestimar o número de mortos do lado ucraniano e a subestimar as baixas russas.
Breaking News: Classified documents detailing secret U.S. and NATO plans for aiding Ukraine in an offensive were leaked on social media, U.S. officials said. https://t.co/Y5XHxaywrj
— The New York Times (@nytimes) April 6, 2023
Existe a possibilidade de estes documentos, e a divulgação distorcida dos dados, terem sido usados numa ação de desinformação por parte das autoridades secretas de Moscovo.
O New York Times refere ainda que alguns dos conteúdos publicados demonstram encomendas e entregas de armas, tamanhos de batalhões, planos logísticos, entre outros, considerando que o 'leak' é "uma racha significativa na inteligência norte-americana no esforço de apoiar a Ucrânia".
O governo de Joe Biden tem trabalhado para apagar as publicações mas, até esta quinta-feira à noite, muitos documentos continuavam visíveis.
À publicação, uma porta-voz do Pentágono afirmou que a entidade que regula as forças armadas do país está "consciente de publicações nas redes sociais e está a rever o assunto".
Apesar de os documentos partilhados não mencionarem planos de ataque específicos, nomeadamente quanto à data marcada para a contraofensiva ucraniana ou as localizações, as movimentações descritas e as análises de serviços secretos serão certamente úteis para o Kremlin. É mencionado, por exemplo, o ritmo a que são gastas certas munições, nomeadamente dos sistemas de defesa anti-aérea HIMARS.
Quanto às baixas na guerra, o NYT refere ainda que o documento fala em 16.000 a 17.500 russos mortos na guerra, um número muito aquém do que tem sido avançado pelas autoridades ucranianas e por entidades internacionais, que sugere então a adulteração de certos pontos. Já o número de soldados ucranianos mortos é apontado para cerca de 71.500, um valor consideravelmente mais elevado do que o que tem sido admitido por Kyiv.
[Notícia atualizada às 00h15]
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