Lula vai propor a Xi Jinping a promoção do diálogo entre Rússia e Ucrânia
O Presidente brasileiro, que visita Pequim na próxima semana, vai propor ao homólogo chinês a promoção do diálogo entre a Rússia e a Ucrânia e afirmou que o país invadido poderá ter de ceder a Crimeia.
© Lusa
Mundo Guerra na Ucrânia
O Presidente da Rússia, Vladimir "Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, tem que se repensar", disse Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, durante um encontro com jornalistas, na quinta-feira.
Por outro lado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não pode querer tudo. A Otan [NATO] não vai poder se estabelecer na fronteira", salientou Lula, de acordo com a agência de notícias estatal Agência Brasil.
"Estou confiante que quando voltar da China (...) vou dizer que está criado o grupo que vai discutir a paz, que é o que o mundo está precisando", frisou.
Lula da Silva justificou ainda a razão pela qual se quer sentar à mesa das negociações com o Presidente chinês, Xi Jinping.
"A importância económica, militar e política da China e a relação da China com a Rússia, e até mesmo a divergência da China com os Estados Unidos, dá à China um potencial extraordinário para conversar", sublinhou.
A proposta que Lula vai apresentar a Xi Jinping será a de criar um grupo com China, Brasil, Indonésia e Índia.
"A China tem peso, o Brasil tem peso. Eu acho que a Indonésia pode participar, a Índia pode participar. Vamos conversar" com Putin, Zelensky, e com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse. E tentar encontrar "um grupo de pessoas que não se conforme com a guerra".
A viagem de Lula tinha sido adiada, no final de março, devido a problemas de saúde, mas depois de ter tido alta do hospital, onde esteve internado por causa de uma pneumonia, o Presidente brasileiro reagendou a visita.
Sem Lula da Silva, a missão brasileira, chefiada por vários ministros e que integrou perto de 250 empresários, assinou cerca de 20 acordos, entre os quais um que dá os primeiros passos para a adoção de moedas locais no comércio bilateral sem o dólar norte-americano.
"Quero que os chineses compreendam que os investimentos aqui [no Brasil] serão bem-vindos, mas não para comprar as nossas empresas, mas sim para construir coisas novas de que precisamos. Não é vender os ativos que temos, é construir novos ativos", sublinhou.
Desde 2009 que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as trocas comerciais atingiram 150,5 mil milhões de dólares (137,8 mil milhões de euros) e um excedente para o país sul-americano de 29 mil milhões de dólares (26,6 mil milhões de euros) em 2022.
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