China e Estados Unidos 'medem forças' no estreito de Taiwan
Visita da presidente Tsai Ing-wen aos Estados Unidos motivou nova onda de exercícios, que invadiram águas de Taiwan e que usaram munição real.
© Maritime Safety Administration of Fujian/Handout via REUTERS
Mundo Taiwan
Depois de mais um fim de semana de exercícios militares no estreito de Taiwan, autoridades chinesas, taiwanesas e norte-americanas voltaram a trocar acusações sobre invasão de território e desafios à paz mundial. Mas, afinal, o que está em causa nestas novas tensões na região?
Na semana passada, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, retribuiu a visita de Nancy Pelosi ainda em 2022 e foi ela própria aos Estados Unidos, onde reuniu com o agora presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.
À semelhança do que aconteceu a visita de Pelosi, em agosto de 2022, a viagem de Ing-wen motivou exercícios militares de larga escala no estreito que separa a China continental do território democrático de Taiwan mas, desta vez, as autoridades chinesas ameaçaram mesmo obrigar navios taiwaneses a passar por inspeções.
Esta sequência de exercícios e de acusações constituiu uma intensificação das tensões diplomáticas entre a China, liderada pelo regime comunista de Xi Jinping, e Taiwan, que continua a reclamar a sua independência após a revolução maoísta dos anos 50.
Até aos últimos anos, Pequim tem respeitado os limites fronteiriços acordados entre ambos os lados, durante a Guerra Fria, apesar de nunca ter reconhecido oficialmente qualquer fronteira sobre um território que considera seu.
Mas, recentemente, o regime tem sido mais resoluto nas suas intenções de unificar Taiwan debaixo da alçada continental, intimidando também países, autoridades, marcas e organizações que se mostrem favoráveis à independência do arquipélago.
Esta segunda-feira, os chineses prosseguiram no terceiro dia dos seus exercícios militares com munição real, tendo envolvido um dos dois porta-aviões da China, além de onze navios de guerra, vários caças de combate e mísseis supersónicos.
Ao mesmo tempo, esta segunda-feira, as forças norte-americanas confirmaram que o navio de guerra USS Milius passou perto de um recife reivindicado pela China e por outros países na região. Pequim acusou o país de "intrusão", ainda que a Marinha dos EUA garanta que a missão respeitou "direitos, liberdades e usos legais do mar".
O governo de Taiwan voltou a condenar as manobras chinesas que se estenderam pelos dois lados da linha imaginária que separa os dois territórios, reiterando que "é um direito fundamental de um país soberano que o seu chefe de Estado realize atividades diplomáticas".
Já a China admitiu que os exercícios servem para avisar contra a "conivência entre forças separatistas que procuram a 'independência de Taiwan' e forças externas, bem como contra atividades provocatórias".
Estes exercícios tornaram-se numa forma simbólica de invasão territorial, ocorrendo regularmente após ações que Pequim considere afetar a sua soberania nacional.
Além disso, no Mar da China, as autoridades chinesas têm construído bases militares em ilhas desocupadas, com o objetivo de aumentar a sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) e aumentar, também, a sua zona de influência na região.
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