"A Coreia do Norte parece ter lançado um novo tipo de míssil balístico, possivelmente com combustível sólido", disseram à agência de notícias France-Presse (AFP) os Chefes do Estado-Maior Conjunto Sul-Coreano.
Todos os mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês) lançados até agora pela Coreia do Norte usaram combustível líquido. No entanto, os mísseis de combustível sólido, que Pyongyang há muito procura desenvolver, são mais estáveis e mais rápidos no processo de lançamento, tornando-os mais difíceis de detetar e destruir pelas forças norte-americanas.
Num desfile militar em Pyongyang, em fevereiro, a Coreia do Norte exibiu um número recorde de mísseis, incluindo o que os analistas acreditam ser um novo ICBM de combustível sólido.
"Este lançamento é uma violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aumenta desnecessariamente as tensões e corre o risco de desestabilizar a segurança na região", disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da presidência norte-americana.
"Os Estados Unidos tomarão todas as medidas necessárias para garantir a segurança do território norte-americano e dos seus aliados na República da Coreia e no Japão", acrescentou, em comunicado.
Os pormenores do lançamento estão a ser analisados "em pormenor", reagiram os militares sul-coreanos.
O lançamento do míssil balístico levou a que o Governo japonês, num primeiro momento, ordenasse à população da ilha de Hokkaido (norte) que procurasse abrigo, com as autoridades a retirarem mais tarde a ordem e o alerta.
Em outubro, o Japão também emitiu uma ordem de evacuação semelhante, quando um míssil norte-coreano de alcance intermédio sobrevoou o país, num lançamento que demonstrou o potencial para atingir o território norte-americano de Guam, no Oceano Pacífico.
O lançamento de hoje surge após o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ter prometido esta semana melhorar o arsenal nuclear de uma forma mais "prática e ofensiva".
Este ano, a Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis em resposta aos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, que Pyongyang encara como um ensaio para uma invasão.
Responsáveis sul-coreanos e norte-americanos dizem que os simulacros são de natureza defensiva e foram organizados para responder à crescente ameaça militar da Coreia do Norte.
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