A dívida atual dos EUA é de 31,5 biliões de dólares.
A proposta é condicionada à aceitação pelos democratas de uma longa lista de prioridades dos republicanos, incluindo novos limites de despesa, exigência de prestação de trabalho por quem receber ajudas federais e outras que o governo de Joe Biden nem aceita discutir.
O anúncio de McCarthy foi feito quando Biden estava a discursar em instalações sindicais, no Estado do Maryland, onde alertou para a aproximação de uma crise orçamental, se o Congresso falhar na subida do limite da dívida federal autorizada, que permita aos EUA continuar a honrar os seus compromissos.
A proposta legislativa, intitulada "Limitar. Poupar. Crescer", ocupa 320 páginas. As suas hipóteses de vir a ser lei são muito reduzidas, mas McCarthy está a usá-la como movimento estratégico, um ponto de partida para envolver Biden em negociações que não tem tido, até agora, vontade de fazer sobre este assunto.
"O presidente Biden está a evitar estar presente na cidade para fazer um discurso no Maryland, em vez de se sentar para resolver o problema do limite da dívida", declarou McCarthy, ao discursar na Câmara dos Representantes.
Na segunda-feira, McCarthy tinha prometido cortar nas despesas federais, antecipando a proposta de hoje, durante um discurso na praça bolsista de Wall Street.
A proposta deve ser votada na Câmara dentro de dias.
Dos seus elementos, destaca-se a subida do limite da dívida em 1,5 biliões de dólares no próximo ano, o que coloca a questão diretamente no meio da próxima eleição presidencial.
Por outro lado, o nível da despesa deve ser reduzido para números de 2022 e esta só vai poder crescer a um ritmo anual de um por cento durante os próximos 10 anos, com algumas exceções relativas à defesa.
Além de pretender anular algumas das principais medidas de Biden, como o alívio da dívida de milhões de estudantes, contraída para frequentar a escola, McCarthy também quer o fim de medidas que visam combater as alterações climáticas e do financiamento a Administração Fiscal para auditar potenciais fugitivos ao fisco.
A proposta contempla ainda o aumento da produção de petróleo, gás e carvão e a revisão das licenças para facilitar este desenvolvimento.
No conjunto, a proposta esta concebida para ser um emblema dos republicanos, que permita a unidade do que a equipa de McCarthy já designou como "as cinco famílias", em referência às fações em que os republicanos se dividem na Câmara dos Representantes, onde têm a maioria, que vão dos conservadores à extrema-direita.
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