O objetivo do ataque, segundo o jornal norte-americano, era infligir baixas à Rússia e ao grupo Wagner, ativo na Síria, e forçar Moscovo a redistribuir os seus meios a partir da Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, parou os planos em dezembro, mas a informação divulgada, baseada em informações recolhidas até 23 de janeiro e obtida a partir de fugas protagonizadas pelo jovem norte-americano Jack Teixeira na plataforma Discord, detalha como a campanha militar teria tido lugar se tivesse prosseguido.
Ou seja, os ataques às tropas russa e mercenerários Wagner na Síria foram concebidos para não implicarem o governo ucraniano.
As informações sugerem que a inteligência militar ucraniana era a favor da utilização de drones não tripulados contra as forças russas em ataques "cirúrgicos", mas também de limitar os ataques apenas ao alvo do grupo Wagner.
O documento refere que os oficiais ucranianos consideraram a formação de membros das Forças Democráticas Sírias (SDF) para atacar alvos russos e executar outras "ações diretas" não especificadas em conjunto com aparelhos não tripulados.
Farhad Shami, um porta-voz da SDF, disse ao jornal que estes documentos "não são reais" e que as suas forças nunca fizeram parte deste outro conflito.
Segundo o The Washington Post, a Turquia estava ciente destes planos e, para não ser apanhada, sugeriu que os ataques ocorressem a partir de áreas curdas e não a partir do norte e nordeste controladas por outros "grupos rebeldes", alguns deles apoiados pela Turquia.
O jornal observa que não é claro por que motivo Zelenski parou a operação, mas especula-se que possa ter sido devido à pressão dos Estados Unidos, a um número demasiado reduzido de drones em mãos ucranianas, ou a preocupações sobre possíveis ataques que poderiam resultar se tivesse executado a operação.
Jack Teixeira, suspeito de ser o autor de uma das maiores fugas de documentos do Pentágono na última década, foi indiciado a 14 de abril por acusações de transmissão e extração de informação classificada.
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