A Rússia está "a lutar" para manter a "consistência" da narrativa usada para justificar a guerra, numa altura em que o líder do grupo de mercenários Wagner questionou se existem realmente "nazis" na Ucrânia, segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, que divulgou o mais recente relatório dos seus serviços de inteligência.
"O estado russo está a lutar para manter a consistência numa narrativa central que usa para justificar a guerra na Ucrânia: que a invasão é análoga à experiência soviética na Segunda Guerra Mundial", começa por referir o relatório divulgado este sábado.
Lembrando que, no passado dia 18 de abril, a imprensa estatal russa anunciou o cancelamento das marchas de lembrança da 'Grande Guerra Patriótica' (II Guerra Mundial) por "motivos de segurança", a Defesa britânica diz que, "na realidade, as autoridades provavelmente estavam preocupadas" com a possibilidade de os participantes colocarem o foco nas perdas russas.
Além disso, nota a tutela, estes factos ocorrem depois de "o proprietário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, questionar publicamente se há realmente algum 'nazi' na Ucrânia, indo contra a justificação da Rússia para a guerra".
"As autoridades continuaram a tentar unificar o público russo em torno de mitos polarizadores sobre a década de 1940. Em 12 de abril de 2023, a agência de notícias estatal RIA Novosti relatou documentos 'únicos' dos arquivos do FSB, implicando os nazis no assassinato de 22.000 cidadãos polacos no Massacre de Katyn em 1940. Na realidade, a agência predecessora do FSB, a NKVD, foi a responsável. A Duma da Rússia condenou oficialmente Joseph Stalin por ordenar os assassinatos em 2010", lê-se no relatório.
Recorde-se que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, justifica o conflito com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 22 April 2023.
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) April 22, 2023
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