Presidente do parlamento moçambicano defende reforço da cooperação com Rússia
A presidente da Assembleia da República (AR) de Moçambique defendeu o reforço da cooperação com a Rússia, apontando o setor da indústria extrativa como uma das áreas prioritárias.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Sabemos que a Rússia tem vastos conhecimentos sobre Moçambique e suas potencialidades em recursos, à mercê da nossa cooperação que data desde a luta de libertação nacional," disse Esperança Bias, citada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Esperança Bias falava momentos após um encontro com a sua homóloga russa, Valentina Matvienko, em Moscovo, no âmbito de uma visita de trabalho de três dias que realiza desde terça-feira.
Segundo a presidente do parlamento moçambicano, o país africano dispõe de um potencial enorme na indústria extrativa, com destaque para as areias pesadas, principalmente na província da Zambézia, e a presença da Rosneft, empresa russa, em pelo menos três blocos de pesquisa de hidrocarbonetos.
Na ocasião, a presidente do parlamento moçambicano agradeceu à Rússia pela decisão de aumentar o número de bolsas de estudo para moçambicanos, de 35 para 70, pedindo que seja incluído no pacote também estratégias para garantir estágios pré-profissionais para os estudantes em empresas russas.
Durante a visita, Bias, que se faz acompanhar por uma delegação parlamentar, participou do 544.ª sessão plenária do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia.
"Comungo da ideia de que, como parlamentares, devemos continuar a trabalhar para a diversificação das trocas comerciais e entendo que as áreas de infraestrutura, turismo e energia têm um potencial enorme para se atingir esse objetivo", declarou a presidente do Conselho da Federação (Senado) russa, Valentina Matvienko.
Matvienko, a terceira figura do Estado russo, visitou Moçambique em maio do ano passado, como resultado de um convite da presidente do parlamento moçambicano.
Maputo absteve-se em todas as votações nas Nações Unidas sobre a invasão russa da Ucrânia, defendendo a resolução pacífica do conflito.
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde a independência) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975.
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