A Disney vai avançar com ação legal contra o governador do estado norte-americano da Flórida, o republicano Ron DeSantis.
É o novo capítulo de uma novela entre a gigante de entretenimento e o político, que é acusado de organizar uma campanha de "retaliação governamental".
A disputa começou quando a empresa se manifestou contra uma lei que proíbe discussões sobre orientação sexual ou identidade de género nas escolas primárias do estado, no ano passado.
Em resposta, os congressistas da Flórida aprovaram e DeSantis assinou uma lei que estabeleceu mudanças no distrito especial onde está o complexo Walt Disney World, incluindo a capacidade de o governador do Estado norte-americano eleger um conselho de supervisores.
"A Disney lamenta ter chegado a esse ponto, mas, tendo esgotado os esforços para encontrar uma solução, não tem escolha a não ser abrir este processo para proteger os seus membros do elenco, convidados e parceiros de desenvolvimento local", disse a divisão de parques da empresa no processo, aberto num tribunal federal da Flórida, citada pela BBC.
DeSantis é acusado de organizar "uma campanha implacável para armar o poder do governo contra a Disney em retaliação por expressar uma opinião política impopular junto de certos funcionários do estado".
Luta por poder
No mês passado, os novos nomeados por DeSantis alegaram que os seus antecessores, controlados pela Disney, conseguiram uma vantagem ao tirar a maioria dos poderes do novo conselho e dar à Disney o controlo sobre o projeto e a construção do 'resort' do parque temático antes que os novos membros pudessem ocupar os seus lugares.
DeSantis referiu esta segunda-feira que o acordo entre a Disney e os supervisores anteriores era ilegal, alegando que era uma autonegociação e que o aviso prévio adequado não foi dado antes que o antigo conselho o aprovasse.
Ao enfrentar a Disney, DeSantis aumentou a sua reputação como um guerreiro disposto a lutar contra oponentes políticos e exercer o poder do governo estatal para atingir objetivos políticos.
De forma irónica, o governador sugeriu que o novo conselho ou os congressistas podem tomar outras medidas para os 10.926 hectares da Disney no centro da Florida, como construir um parque estatal, um parque temático concorrente ou uma prisão.
"Acho que as possibilidades são infinitas", sublinhou.
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