O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que a conversa com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, mostra que “agora há uma oportunidade de dar um novo impulso às relações” entre os dois países.
“Falei hoje com o líder da China. Foi uma conversa longa e bastante racional. Costuma dizer-se que estas conversas abrem oportunidades. Agora há uma oportunidade de dar um novo impulso às nossas relações - Ucrânia e China”, referiu o chefe de Estado ucraniano, no seu habitual discurso à nação, citado pela Presidência da Ucrânia.
Segundo Zelensky, há “uma oportunidade de utilizar a influência política da China para restaurar a força dos princípios e das regras em que a paz se deve basear”, uma vez que os dois países “estão igualmente interessados na força da soberania das nações e da integridade territorial”.
A China, reforça o presidente ucraniano, está também interessada “no cumprimento das principais regras de segurança”, entre as quais a “inadmissibilidade de ameaças com armas nucleares” e a “proliferação” das mesmas.
"Ouvi palavras de apoio à nossa Iniciativa para os Cereais do Mar Negro e à sua extensão, bem como apoio aos nossos esforços humanitários, em particular o programa 'Grain from Ukraine'", sublinhou Zelensky.
No entanto, a “parte essencial da conversa” prendeu-se com a “opinião sobre formas de restabelecer uma paz justa”. Neste sentido, o presidente ucraniano apresentou ao seu homólogo a “Fórmula de Paz Ucraniana” e ambos concordaram em “prosseguir comunicações”.
Os líderes chinês e ucraniano falaram hoje pela primeira vez desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022. No telefonema, Xi Jinping garantiu a Volodymyr Zelensky que a China "sempre esteve do lado da paz" e pediu o recurso às negociações para encontrar uma solução para o conflito.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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