Segundo a ata da decisão, o júri do prémio escolheu Nuccio Ordine "pela sua defesa das humanidades e o seu compromisso com a educação e os valores enraizados no pensamento europeu mais universal".
"Ordine estabelece um diálogo com a sociedade contemporânea para transmitir, em especial aos mais jovens, que a importância do saber se encontra no próprio processo de aprendizagem. A utilidade da educação tem de se entender em termos de paixão pela procura do conhecimento e do melhor de cada pessoa, sem se circunscrever a um interesse económico. O seu trabalho académico, centrado em figuras relevantes do Renascimento, destaca a necessidade de recuperar a riqueza do humanismo para as novas gerações", lê-se no mesmo documento, divulgado pela Fundação Princesa das Astúrias.
Nuccio Ordine, nascido na localidade de Diamante, em Itália, em 1958, é um filósofo, escritor e "perito em teoria literária" reconhecido "mundialmente como um dos maiores conhecedores do pensamento e da literatura renascentistas", destacou a Fundação Princesa das Astúrias num comunicado enviado aos meios de comunicação social.
Com as obras que já publicou "conseguiu chegar ao grande público" e "reflete sobre a situação marginal das humanidades no mundo atual", defendendo que são "disciplinas necessárias para a formação cívica do ser humano e na criação de um pensamento crítico fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar social", lê-se no mesmo comunicado.
O Prémio Princesa das Astúrias da Comunicação e Humanidades distingue o trabalho "de cultivo e aperfeiçoamento das ciências e disciplinas consideradas como atividades humanísticas" e aquele que "está relacionado com os meios de comunicação social em todas as suas expressões".
Este prémio já foi atribuído em anos anteriores a entidades e personalidades tão diversas como o jornalista polaco Adam Michnik (2022), a jornalista e ativista norte-americana Gloria Steinem (2021), a Feira Internacional do Livro de Guadalajara e o Festival Hay de Literatura e Artes (2020), o Museu do Prado (2019), Les Luthiers (2017), Google (2008), Revistas Science e Nature (2007), National Geographic Society (2006), Umberto Eco (2000), Václav Havel e CNN (1997) e o jornal El País (1983), entre outros.
Este foi o segundo dos oito Prémios Princesa das Astúrias a ser entregue este ano, naquela que é a sua 43.ª edição, depois de na semana passada a atriz norte-americana Meryl Streep ter sido escolhida para receber o galardão para as Artes.
Nas próximas semanas serão decididos os prémios das Ciências Sociais, do Desporto, das Letras, da Cooperação Internacional, da Investigação Científica e Técnica e da Concórdia.
São atribuídos anualmente oito Prémios Princesa das Astúrias, que distinguem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
A cerimónia de entrega dos prémios realiza-se em outubro, em Oviedo, e é presidida pelos reis de Espanha e pelas duas filhas, a mais velha das quais, Leonor de Borbón, é a princesa das Astúrias e a herdeira da Coroa espanhola.
Cada prémio consiste numa escultura do artista espanhol Joan Miró, um diploma, uma insígnia e 50.000 euros.
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