"Temos muitos interesses em comum, seja reforçar a relação comercial e económica, mas também combater as alterações climáticas", disse Sunak, anunciando que pretende "investir no Fundo Amazónia por respeito à sua liderança".
O Governo avançou que o valor da contribuição será de 80 milhões de libras, cerca de 500 milhões de reais (92 milhões de euros).
Na troca inicial de palavras na chegada à residência oficial do primeiro-ministro britânico, o Presidente brasileiro disse que, além de ter viajado para assistir à coroação do Rei Carlos III, também queria "restabelecer a normalidade nas relações entre o Brasil e o Reino Unido".
"Esse nosso encontro é a retomada da relação do Brasil com o mundo. O Brasil ficou isolado durante quase praticamente seis anos e nós queremos retomar uma discussão comercial porque acho que há uma possibilidade enorme de crescer", afirmou Lula da Silva à Lusa.
Por outro lado, reiterou o compromisso de parar a desflorestação na Amazónia até 2030, mas urgiu o cumprimento dos acordos climáticos pela comunidade internacional.
"Os países mais pobres precisam de ajuda para manter a floresta em pé", vincou.
O Fundo Amazónia foi criado por Lula da Silva em 2009 para ajudar no combate à desflorestação e aumentar a fiscalização e era financiado principalmente pela Noruega e Alemanha.
Contudo, os dois países congelaram as contribuições devido ao avanço da desflorestação na Amazónia durante o Governo de Jair Bolsonaro, tendo já manifestado vontade de retomar o processo com Lula da Silva no poder.
O encontro bilateral decorreu no âmbito da visita do chefe de Estado brasileiro para a cerimónia de coroação do Rei Carlos III e da Rainha consorte, Camila, no sábado.
Este foi o primeiro encontro a dois entre Sunak e Lula da Silva, que falaram por telefone em dezembro, antes da posse do atual Presidente brasileiro.
Já o monarca britânico mantém um interesse no Brasil há mais tempo, país que visitou como Príncipe de Gales quatro vezes, em 1978, 1991, 2002 e 2009, sempre com passagens pela Amazónia devido ao empenho nas questões ambientais.
O Brasil é um dos países identificados como prioritários para a política externa britânica, e um dos principais parceiros internacionais.
O Reino Unido apoia a candidatura do Brasil a um lugar permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, juntamente com a Índia, Japão e Alemanha.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, tem uma visita prevista ao Brasil em 23 e 24 de maio para a 6.ª edição do Diálogo Estratégico de Alto Nível, um mecanismo de consultas políticas entre os chefes de diplomacia dos dois países.
Esta será a primeira visita de um ministro dos Negócios Estrangeiros britânico ao Brasil desde William Hague em 2014.
A edição anterior do Dialogo Estratégico ocorreu em 2017, quando o antigo ministro Aloísio Nunes esteve em Londres.
Em 2022, as trocas comerciais entre os dois países chegaram aos 6,5 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), mais 15% do que em 2021, com um saldo positivo para o Brasil em cerca de 884 milho~es de dólares (802 milhões de euros).
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