"A polícia e Berlim faz pela segunda vez em dois dias algo que os diplomatas chamam de 'pouco conveniente' em linguagem diplomática. Como traduziriam a palavra 'inconveniente' de diplomata para alemão?", escreveu o embaixador da Ucrânia em Berlim, Oleksii Makeev, na rede social Twitter.
O diplomata referiu-se ao comunicado divulgado hoje pela polícia alemã sobre a proibição de hastear bandeiras russas e ucranianas e outros símbolos para garantir a proteção dos monumentos comemorativos soviéticos de Treptow, Tiergaten e Schönholzer Heide, que todos os anos atraem um grande número de pessoas nestas datas.
"A repetida proibição da bandeira ucraniana para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial e a libertação do terror nazi parece-me um erro. As vítimas nunca devem ser equiparadas aos carrascos", criticou o presidente da comissão de Relações Exteriores do parlamento alemão.
A Aliança de Organizações Ucranianas em Berlim anunciou que submeteu um apelo urgente contra a proibição e lamentou que a polícia de Berlim tenha decidido "enviar sinais políticos errados com esta decisão, equiparando os símbolos nacionais da Ucrânia ao simbolismo da guerra de aniquilação russa".
Uma cidadã alemã de ascendência ucraniana apresentou também um recurso urgente no tribunal administrativo de Berlim para anular a proibição, segundo o canal alemão RND.
No recurso, a cidadã recordou que "durante a guerra da Alemanha contra a União Soviética (1941-1945), um total de oito milhões de ucranianos perderam a vida, incluindo cinco milhões de civis e 16 milhões de judeus ucranianos".
Os veteranos da II Guerra Mundial, diplomatas, bem como os representantes e as delegações de Estados que irão participar nos eventos comemorativos em nome dos países diretamente envolvidos na libertação da Alemanha nazi estão isentos da proibição.
A polícia sublinhou que "o ato de lembrar, bem como o respeito por estes monumentos e memoriais, também deve ser preservado" no contexto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
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