Grupo Wagner pede a Moscovo substituição pelo líder Kadyrov em Bakhmut
O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, pediu hoje permissão ao exército russo para entregar as posições na cidade ucraniana de Bakhmut às tropas do líder checheno Ramzan Kadyrov, em protesto pela falta de munição.
© Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"Peço-lhe que emita uma ordem de batalha sobre a transferência, antes da meia-noite de 10 de maio, das posições do grupo Wagner para as unidades do batalhão Akhmat na localidade de Bakhmut e arredores", disse Yevgeny Prigozhin numa carta dirigida ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, citada pela AFP.
O líder checheno, Ramzan Kadirov, expressou na sexta-feira a disposição para substituir o Grupo Wagner em Bakhmut com as suas unidades especiais, depois do líder dos mercenários, Yevgueni Prigozhin, ter ameaçado abandonar esta frente de combate por falta de munições.
"Íamos tomar a cidade de Bakhmut antes de 09 de maio. Quando perceberam isso, os burocratas militares pararam as entregas", acusou Prigozhin num vídeo divulgado na sexta-feira.
Bakhmut, palco desde agosto de 2022 da mais longa e sangrenta batalha da guerra na Ucrânia, é atualmente o principal objetivo da campanha militar russa.
Até agora, os mercenários e ex-presidiários recrutados por Prigozhin tomaram praticamente toda a cidade, onde os defensores ucranianos controlarão apenas 2,5 quilómetros quadrados.
O ultimato surge após semanas de tensão entre o grupo paramilitar e os militares russos.
Prigozhin tem acusado o Estado-Maior russo de não fornecer munições suficientes ao grupo Wagner, na linha da frente em Bakhmut, para impedir uma vitória que ofuscaria o exército do país.
Num outro vídeo publicado na madrugada de sexta-feira, Prigozhin acusou o ministro da Defesa russo e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de serem responsáveis pelas perdas do grupo paramilitar.
"Eles [mercenários] vieram aqui como voluntários e morrem enquanto vocês engordam nos vossos gabinetes", disse Progozhin dirigindo-se ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e ao chefe do Estado-Maior, Valeri Guerasimov.
Não é a primeira vez que Prigozhin ameaça a retirada do grupo Wagner de Bakhmut devido à falta de munições.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, de acordo com os seus argumentos - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Leia Também: Comandante russo contraria Prigozhin e diz que há munições "suficientes"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com