A reunião será de "alto nível" e "em formato quadripartido" - Ucrânia, Rússia, Turquia e ONU -, disse Sergei Vershinin, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, segundo a agência russa TASS.
Há poucos dias, Vershinin reconheceu que a Rússia continua insatisfeita com o andamento das exportações de produtos agrícolas russos, após a reunião realizada na semana passada em Moscovo com a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan.
O governante insistiu que o Kremlin em 18 de março concordou renovar o acordo por apenas 60 dias e não 120, como Kiev e a ONU pediam, deixando claro que é "muito importante" para Moscovo a parte do acordo relacionada com a exportação de cereais russos e fertilizantes.
Conforme relatado hoje pela ONU, as exportações no âmbito deste acordo aproximam-se de 30 toneladas, parte dirigida para o Programa Alimentar Mundial em operações humanitárias no Afeganistão, Etiópia, Somália, Quénia e Iémen.
No entanto, as Nações Unidas reconhecem que não tem sido possível exportar amónia pelo corredor marítimo humanitário do Mar Negro, substância essencial para a produção de fertilizantes e da qual a Rússia é um dos principais produtores mundiais.
A Rússia denuncia que as suas exportações estão a enfrentar dificuldades, sobretudo devido aos efeitos colaterais das sanções que o Ocidente lhe impôs após a invasão da Ucrânia.
O Kremlin exige a ligação do banco agrícola Rosseljozbank ao sistema de comunicações financeiras SWIFT, a retoma do fornecimento de máquinas agrícolas, bem como peças de substituição, e a remoção de restrições ao livre acesso aos portos.
Moscovo pede ainda a reativação da operação do gasoduto Togliatti-Odessa, paralisado desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, e o desbloqueio de contas estrangeiras e ativos de empresas russas ligadas à produção e transporte de alimentos e fertilizantes.
A Ucrânia, por sua vez, acusa a Rússia de colocar todos os tipos de obstáculos à passagem de navios com cereais ucranianos.
A atual renovação do acordo expira em 18 de maio e a Rússia ameaçou não prorrogar o protocolo se as suas exigências não forem resolvidas.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, enviou a Moscovo e às partes uma proposta escrita para alargar e alargar o acordo, mas até ao momento não obteve resposta do Kremlin.
O acordo de exportação de cereais ucranianos e produtos agrícolas russos através do Mar Negro foi firmado no verão passado em Istambul pela Ucrânia e pela Rússia, sob a mediação da ONU e da Turquia.
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