Arábia Saudita anuncia reabertura de representação diplomática na Síria

A Arábia Saudita anunciou hoje o regresso da sua representação diplomática na Síria, a primeira em onze anos de rutura com o regime de Damasco.

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Lusa
09/05/2023 22:10 ‧ 09/05/2023 por Lusa

Mundo

Arábia Saudita

A monarquia do Golfo, rica em petróleo, aproximou-se recentemente da Síria, assim como do Irão, apoiante do presidente Bashar al-Assad.

"A Arábia Saudita decidiu retomar o trabalho da sua missão diplomática na Síria", disse o Ministério dos Assuntos Internacionais, em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial SPA.

Segundo o Ministério, Riade procura "desenvolver uma ação árabe conjunta".

Esta decisão do líder dos países do Golfo surge dois dias depois da reintegração da Síria na Liga Árabe, anunciada no domingo no Cairo.

A Liga Árabe suspendeu a adesão da Síria em 2011, depois do governo de Al-Assad ter reprimido os protestos em massa contra o seu governo, uma revolta que rapidamente se transformou numa guerra civil. Qatar, Arábia Saudita e vários outros países árabes canalizaram apoio a grupos armados da oposição que tentavam derrubar Al-Assad, apoiado pela Rússia, Irão e milícias afiliadas a Teerão.

A reaproximação da Arábia Saudita ocorre num momento em que a Síria precisa urgentemente de investidores para o projeto de reconstrução do país, devastado por 12 anos de guerra civil.

O devastador terramoto de 06 de fevereiro que atingiu a Síria e a Turquia também acelerou a reaproximação de vários países árabes à Síria.

Com a morte de mais de 6.000 pessoas no país e centenas de milhares perderam as suas casas na tragédia natural, autoridades de países outrora hostis visitaram Damasco pela primeira vez em mais de uma década e enviaram ajuda em aviões.

A oposição síria e os Estados Unidos denunciaram a normalização em curso das relações dos países árabes, com exceção do Qatar, com o regime de Bashar al-Assad.

Os Estados Unidos criticaram na segunda-feira a decisão da Liga Árabe de reintegrar a Síria, defendendo não ser o momento indicado.

Envolvendo atores regionais e internacionais, a guerra na Síria provocou cerca de meio milhão de mortos.

Quase metade dos sírios são atualmente refugiados ou deslocados internamente e partes do território ainda escapam ao controlo do governo.

Leia Também: Ministros turco e sírio encontram-se em Moscovo

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