Schröder, de 79 anos, participou na noite de terça-feira, com a mulher, numa receção na representação diplomática russa, em Berlim, de comemoração da vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazi.
O ex-chefe do governo alemão (1998-2005) surge, sorridente, numa fotografia publicada no jornal Bild, não tendo ainda comentado sobre a presença no evento.
Membros do partido de extrema-direita AfD e da formação de extrema-esquerda Die Linke, muito críticos das sanções contra Moscovo e da ajuda ocidental a Kiev, também estiveram presentes, assim como Egon Krenz, um dos últimos líderes da RDA.
Já os conservadores CDU, social-democratas SPD, ecologistas ou mesmo os partidos liberais não estiveram representados no evento, segundo a agência AFP.
Schröder, ligado a vários grupos de energia russos, foi privado de muitas das vantagens concedidas a ex-chanceleres devido às ligações ao presidente russo, a quem permaneceu leal apesar da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
"Isso deixa-me pasma", reagiu Katja Mast, do grupo SPD no Bundestag.
Também Christian Dürr, do grupo FDP (partido liberal), considerou ser "totalmente inadequado ir a uma festa organizada pela embaixada russa" e "uma sorte que os embaixadores dos países ocidentais tenham dado um sinal claro" com sua ausência.
"No dia em que o ex-chanceler recebeu uma refeição de diplomatas russos, morreram inocentes na Ucrânia devido à guerra despoletada pela agressão russa", disse Thorsten Frei (CDU), segundo o qual "o 09 de maio deveria ser justamente uma recordação para não se tornar cúmplice dos agressores".
O porta-voz de Olaf Scholz recusou-se a comentar.
Por outro lado, o co-presidente da AfD Tino Chrupalla disse que, até ao ano passado, o dia 09 de maio era um dia de comemoração em que "participaram políticos naturalmente alemães de todos os partidos representados no Bundestag", para explicar a razão pela qual o partido estava representado no a Embaixada russa.
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