"Devem ser efetuadas investigações rápidas e transparentes sobre todos os assassínios, especialmente os de civis", afirmou o Gabinete da ONU, num comunicado divulgado pelo porta-voz Jeremy Lawrence, que levanta "sérias dúvidas" sobre se os ataques aéreos israelitas, muitos contra edifícios residenciais, "respeitam o direito internacional".
"Estamos preocupados com o facto de o exército israelita não ter tomado as precauções necessárias para evitar e minimizar a perda de vidas civis" e os danos em instalações não militares, acrescentou.
Em sentido contrário, Lawrence sublinhou que o lançamento "indiscriminado" de foguetes a partir de Gaza e em direção a Israel por parte das milícias palestinianas "coloca em risco tanto israelitas como palestinianos e viola o direito internacional humanitário".
O número de mortos nesta nova escalada entre Israel e as milícias de Gaza ascende a 28 palestinianos -- 15 dos quais civis, incluindo seis menores - e 86 feridos, de acordo com os números oficiais do Ministério da Saúde palestiniano.
Entre as vítimas mortais palestinianas estão cinco comandantes do grupo 'Jihad' Islâmica Palestiniana (JIP).
Do lado de Israel há o registo da morte de um homem de 70 anos, civil, vítima de um dos foguetes disparados hoje à tarde pelas milícias palestinianas.
A morte, a primeira do lado israelita, ocorreu ao final da tarde em Rehovot, a sul de Telavive, quando um míssil palestiniano atingiu um edifício residencial e provocou mais quatro feridos, segundo os serviços de emergência de Israel.
A nova onda de violência, a maior entre Gaza e Israel desde agosto de 2022, começou terça-feira com ataques israelitas em território palestiniano, visando a JIP, uma organização considerada "terrorista" por Israel, pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos.
Hoje, o exército israelita afirmou ter atingido 166 alvos em toda a Faixa de Gaza, incluindo locais de lançamento de foguetes pertencentes ao grupo armado, e eliminado mais dois dos seus comandantes.
Desde o lançamento a partir de Gaza dos primeiros mísseis, quarta-feira, foram disparados 547 foguetes contra o território israelita, dos quais 175 foram intercetados pelo sistema de defesa aérea, segundo o exército israelita.
Hoje, Muhamad al-Hindi, membro do Comité Político da JIP, sublinhou que o grupo só aceitará um cessar-fogo se Israel deixar de assassinar os seus altos funcionários.
"O que está a impedir uma trégua é forçar a ocupação a parar a sua política de assassínios", afirmou, referindo-se à presença de uma delegação da JIP ao Cairo, onde irá reunir-se com as autoridades egípcias na procura de uma trégua para pôr fim à escalada de violência.
O Egito intensificou desde quarta-feira os esforços para acalmar a situação em Gaza e espera chegar a um acordo entre as duas partes, especialmente depois de ter recebido uma resposta positiva de Israel na noite passada.
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