"Este seria um passo bem-vindo", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, adotando um tom conciliador, numa conferência de imprensa.
Patel assegurou que os Estados Unidos da América (EUA) vão "discutir diretamente com os seus parceiros sul-africanos", mas que, entretanto, "o elemento mais preocupante é que um navio russo sancionado tenha atracado (em dezembro) numa base naval sul-africana".
A Presidência da África do Sul considerou hoje "contraproducente" e "lamentável" a atitude do embaixador dos Estados Unidos em Pretória, ao acusar "sem provas" o país de fornecer armas à Rússia, e anunciou uma investigação ao caso.
A questão foi abordada bilateralmente "recentemente" e foi acordado, segundo Pretória, que seria conduzida uma investigação independente "confiada a um juiz aposentado", incluindo elementos dos serviços secretos norte-americanos.
Neste contexto, a Presidência sul-africana considerou "lamentável" que o diplomata norte-americano tenha "adotado uma atitude pública contraproducente".
"As observações do embaixador minam o espírito de cooperação e parceria entre os dois países" e "nenhuma evidência foi fornecida para apoiar essas acusações", refere um comunicado divulgado pela Presidência da África do Sul.
A tensão entre Washington e Pretória surgiu depois de o embaixador dos Estados Unidos em Pretória, Reuben Brigety, ter acusado hoje a África do Sul de fornecer apoio militar à Rússia.
De acordo com Reuben Brigety, que falava num encontro com os meios de comunicação social locais, os EUA estão convencidos de que "armas e munições foram carregadas" a bordo de um cargueiro russo, que atracou perto da Cidade do Cabo no início de dezembro "antes de partir para a Rússia".
A África do Sul diz ter assumido uma posição neutra em relação à guerra na Ucrânia e apelou ao diálogo para resolver o conflito.
Esta posição está ligada não só ao papel estratégico político e económico que Moscovo tem em alguns países africanos, mas também a razões históricas como o apoio russo aos movimentos anticoloniais e de libertação do século XX, como a luta contra o regime segregacionista do 'apartheid' no caso da África do Sul.
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