Irina Tsybaneva, de 60 anos, foi considerada culpada de profanar cemitérios motivada por ódio político.
O seu advogado revelou que a mulher não se declarou culpada porque não profanou o túmulo fisicamente ou procurou divulgação pela sua ação.
A nota que Tsybaneva colocou no túmulo na véspera do aniversário de Putin em outubro dizia: "Pais de um maníaco, levem-no para sua casa. Ele causa tanta dor e problemas. O mundo inteiro reza pela sua morte. Morte a Putin. Vocês criaram uma aberração e um assassino".
Desde que Putin determinou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, Moscovo tem empreendido uma repressão à dissidência nunca vista desde a era soviética.
Num outro caso, uma agência do Governo russo adicionou o ator Artur Smolyaninov e um ex-consultor que aconselhou o gabinete do Presidente ucraniano a uma lista de "extremistas e terroristas".
Numa entrevista de janeiro para a edição europeia do jornal russo independente Novaya Gazeta, Smolyaninov afirmou que, hipoteticamente, participaria no conflito apenas pelo lado ucraniano.
O consultor presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovich, renunciou após afirmar 'online' que um míssil russo que causou a morte de 45 pessoas na cidade de Dnipro atingiu um prédio residencial como resultado das defesas aéreas ucranianas.
Já um tribunal militar russo condenou Nikita Tushkanov, um professor de história de Komi, a cinco anos e meio de prisão pelos comentários que fez sobre a explosão no ano passado da ponte Kerch que liga a península ucraniana da Crimeia à Rússia continental.
Tushkanov foi considerado culpado de justificar o terrorismo e "desacreditar" o Exército russo.
O professor publicou mensagens nas redes sociais em outubro em que considerava a explosão da ponte "um presente de aniversário" para Putin.
A ampla campanha de repressão do Kremlin criminalizou as críticas à guerra.
Além de multas e sentenças de prisão, os acusados foram demitidos, colocados na lista negra, marcados como "agentes estrangeiros" ou fugiram da Rússia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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