"Já em Berlim", escreveu Zelensky na rede social Twitter, acrescentando que a visita será dedicada a "um pacote muito importante" de fornecimento de armamento ao seu país, em especial de "sistemas de defesa antiaérea", bem como à "reconstrução da Ucrânia".
O Governo alemão anunciou no sábado estar a preparar um novo plano de ajuda militar à Ucrânia, no valor de 2,7 mil milhões de euros, que inclui a entrega de vários tanques, veículos blindados e sistemas de defesa antiaérea.
"Todos desejamos o fim desta guerra atroz da Rússia contra o povo ucraniano, mas infelizmente não está à vista. É por isso que a Alemanha vai prestar toda a ajuda possível durante o tempo que for necessário", afirmou o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, num comunicado.
O plano de ajuda militar em preparação inclui mais 30 tanques Leopard-1 A5, 20 novos veículos blindados Marder e uma centena de outros veículos blindados de menor dimensão, 200 drones de vigilância, quatro novos sistemas de defesa antiaéreos Iris-T e as respetivas plataformas de lançamento, um elevado número de mísseis de defesa antiaérea, 18 canhões Howitzer e munições.
De acordo com a revista semanal Der Spiegel, este é o maior pacote de ajuda militar de Berlim à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro do ano passado.
Durante algum tempo criticada por Kiev e pelos parceiros europeus, especialmente da Europa de Leste, pela tímida ajuda militar à Ucrânia, a Alemanha intensificou, desde há vários meses, esforços nesse domínio e já prometeu 14 Leopard-2 A6 das reservas do seu exército (Bundeswehr), que são mais eficientes do que os Leopard-1 que fazem parte do novo plano de ajuda, e começou também a treinar soldados ucranianos com estes tanques.
O programa detalhado da visita do chefe de Estado ucraniano ainda não foi oficialmente divulgado, mas, segundo vários meios de comunicação alemães, Zelensky encontrar-se-á durante a manhã com o chanceler, Olaf Scholz, e o Presidente da República, Frank-Walter Steinmeier.
À tarde, deverá deslocar-se a Aix-la-Chapelle para aí receber o Prémio Carlos Magno, que anualmente distingue uma personalidade pelo seu contributo para a unidade europeia.
No sábado, o Presidente ucraniano esteve em Roma, tendo sido recebido com honras militares pelo chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, numa visita que incluiu reuniões com a primeira-ministra, Giorgia Meloni, e com o Papa Francisco.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 445.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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