Proibição do aborto na Florida "muito dura"? DeSantis critica Trump
Ron DeSantis criticou Donald Trump por insinuar que a proibição do aborto após seis semanas de gravidez na Florida é "muito dura", intensificando os ataques ao ex-presidente enquanto se prepara para desafiá-lo na indicação republicana às eleições de 2024.
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Mundo EUA
DeSantis respondia esta terça-feira a uma pergunta sobre os comentários de Trump num artigo divulgado na segunda-feira pelo The Messenger sobre a proibição de seis semanas que o governador do Estado norte-americano da Florida aprovou recentemente.
"Muitas pessoas dentro do movimento pró-vida acham que isso foi muito duro", referiu Trump ao canal 'online', de acordo com a agência Associated Press (AP).
Por sua vez, o governador da Florida, apontado como candidato à indicação do Partido Republicano às presidenciais de 2024, defendeu que a lei tem amplo apoio entre os opositores ao aborto e observou que o ex-presidente não disse quais limites apoiaria.
"Proteger um feto quando há um batimento cardíaco detetável é algo que quase 99% dos pró-vida apoiam", sublinhou DeSantis numa conferência de imprensa.
A rivalidade entre Trump e DeSantis está a aquecer, pois o governador da Florida vê o tempo a escassear para tomar uma decisão sobre a candidatura presidencial, enquanto Trump já recandidato assumido.
Os aliados de DeSantis acreditam que este político conservador lançará a sua candidatura ainda esta semana, embora o anúncio possa ocorrer mais perto do final do mês.
O aborto tem sido um ponto crítico no campo republicano para as primárias que antecedem a primeira eleição presidencial desde que o Supremo Tribunal derrubou a lei Roe v. Wade.
Este debate interno sobre as linhas em relação ao aborto podem ser populares nas primárias republicanas, mas também podem criar problemas para as eleições nacionais para o eventual candidato do partido.
O projeto de lei assinado no mês passado por DeSantis proíbe o aborto após seis semanas de gravidez, sendo que apenas entrará em vigor se a atual proibição de 15 semanas do Estado for mantida na sequência da batalha legal que se encontra a decorrer no Supremo Tribunal do Estado.
"Ron DeSantis está a debater-se nas sondagens e está mais perto do último lugar de que o presidente Trump, que está a dominar todas as sondagens", referiu Steven Cheung, da campanha de Trump, quando solicitado a responder aos comentários de DeSantis.
Cheung apontou a recente caracterização da presidência de Trump por um grupo antiaborto como "a mais importante da história americana para a causa pró-vida".
Trump também se refere a si mesmo como "o presidente mais pró-vida da história americana", já que as suas três indicações de juízes conservadores para o Supremo Tribunal abriram caminho para o fim da legalização do aborto em todo o país.
No entanto, nos primeiros meses de sua candidatura para 2024, Trump tem evitado muitas vezes a questão do aborto, mesmo quando os republicanos de todo o país comemoram a decisão do Supremo Tribunal de retirar os direitos constitucionais federais.
Na semana passada, num encontro com cidadãos, organizado pelo canal de informação norte-americano CNN, Trump continuou a evitar detalhes sobre a proibição nacional do aborto, referindo repetidamente que faria "o que é correto", sem especificar o que em concreto.
À medida que se aproxima de um anúncio, DeSantis aumenta as suas críticas a Trump. Na semana passada, em Iowa, DeSantis destacou a recente série de derrotas eleitorais do Partido Republicano, num claro ataque ao magnata.
"Devemos rejeitar a cultura de perder que afetou o nosso partido nos últimos anos. O tempo para desculpas terminou", frisou DeSantis num evento no Sioux Center.
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