"É uma visita de Estado para retribuir a visita que o grão-duque tinha feito a Cabo Verde, em 2015, e que tem como objetivo essencial colocar mais uma pedra no reforço das relações já excelentes que existem entre Cabo Verde e o Grão-Ducado do Luxemburgo", explicou o Presidente cabo-verdiano.
A visita de Estado ao Luxemburgo, de 23 a 25 de maio, cuja comitiva conta com três ministros, representantes dos municípios e empresários, integra uma "vertente política muito forte, de representação" e uma vertente económica, tendo em conta as relações de cooperação em "áreas sensíveis" do desenvolvimento cabo-verdiano, precisamente quando se assinalam 30 anos de colaboração luxemburguesa com o arquipélago, explicou ainda José Maria Neves.
Da agenda constam um encontro com o grão-duque Henri, uma audiência com o primeiro-ministro, Xavier Bettel, visitas à Câmara Municipal de Luxemburgo, ao Museu Municipal de Lëtzebuerg, à Universidade de Luxemburgo, à Bolsa de Valores, à Câmara de Comércio de Luxemburgo e à Escola de Hotelaria e Turismo de Luxemburgo, entre outros.
Depois do Luxemburgo, José Maria Neves segue para os Países Baixos, para visitar a comunidade cabo-verdiana residente naquele país.
O Luxemburgo tornou-se nos últimos anos num dos maiores doadores de Cabo Verde, tendo aprovado o V Programa Indicativo de Cooperação (PIC 2021-2025) em 2020, envolvendo apoio em vários setores prioritários para o arquipélago, incluindo formação e emprego, com um financiamento total de 78 milhões de euros, mais 20 milhões de euros face ao anterior.
O Presidente de Cabo Verde aprovou na semana passada a condecoração da grã-duquesa do Luxemburgo, Maria Teresa, com a Medalha do Vulcão do arquipélago, reconhecendo o "contributo pessoal" da monarca no "fortalecimento" das relações entre os dois países.
"Urge reconhecer esse papel de sua alteza real a grã-duquesa do Luxemburgo, lançando uma merecida luz sobre o seu contributo pessoal para o fortalecimento e consolidação das relações entre os dois países, em especial na atenção e no apoio à integração da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo", lê-se no decreto presidencial de 18 de maio que atribuiu a condecoração.
José Maria Neves já tinha aprovado em abril condecoração do primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, com a Ordem Amílcar Cabral, a mais alta distinção do arquipélago, pela cooperação com Cabo Verde e apoio na aproximação à União Europeia.
No decreto presidencial com a atribuição da condecoração, é recordado o caminho feito por Cabo Verde após a independência, em 1975, nomeadamente o "estabelecimento de profícuas relações de amizade e de cooperação com vários países, em vários domínios".
"E é neste enquadramento que surgem, a partir dos finais da década de 80, as relações de cooperação entre Cabo Verde e o Luxemburgo que culminaram com a assinatura, em 1993, do Acordo Bilateral Geral em matéria de Cooperação para o Desenvolvimento entre os dois Estados", aponta-se na condecoração.
A distinção, que será entregue durante esta visita, visa ainda reconhecer "a singularidade dos laços especiais de amizade que existem entre o povo luxemburguês e o povo cabo-verdiano, e tendo em devida conta o papel das individualidades, em momentos determinantes e cargos específicos, na definição dos rumos e dos ritmos das decisões e políticas públicas".
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, também classificou em 07 de março passado as relações com o Luxemburgo, um dos principais parceiros de desenvolvimento e de financiamento do arquipélago, como "fortes, únicas e exemplares".
"É o reconhecimento da profunda admiração e grande respeito e sincera amizade do povo de Cabo Verde com o povo do Luxemburgo. É o reconhecimento e distinção da excelência das nossas relações", afirmou Ulisses Correia e Silva, após atribuir ao Governo do Luxemburgo, em cerimónia que decorreu na Praia, a Medalha de Mérito Altruístico do arquipélago pelos 30 anos de cooperação e apoio do país europeu ao desenvolvimento de Cabo Verde.
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