Num alerta para o aumento de casos de cólera em todo o mundo, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) sublinha que esta "é uma emergência", defendendo que é necessário "intensificar a imunização para conter" este cenário.
No entanto, o maior problema é o acesso à vacina e uma parceira da OMS nessa área, a Aliança Global de Vacinação Gavi, já alertou que a falta de doses deverá persistir até 2025, noticiou o portal ONU News.
De acordo com a Gavi, é possível garantir uma entrega de doses para a vacinação preventiva em larga escala até 2026, mas para isso, os países precisam de agir com urgência.
Atualmente, 24 países registam casos de cólera e, de acordo com a OMS, a doença pode espalhar-se para 43 nações, colocando 1 bilião de pessoas em risco.
Entre os fatores para que as pessoas sejam infetadas estão a pobreza, conflitos, alterações climáticas e deslocamentos.
"As movimentações afastam as pessoas de fontes mais seguras de comida, água e assistência médica", alerta a OMS.
No ano passado, os casos e as mortes por cólera aumentaram, registando-se uma expansão para nove novas regiões, particularmente de conflito e com altos níveis de pobreza.
A situação levou a OMS e parceiros a mudar temporariamente o regime das doses administradas para prevenção de duas para uma.
No entanto, as reservas esgotaram-se em dezembro, acrescenta o portal.
Até ao final de 2022, um total de 15 países relataram casos, número que até maio chegou a 24 nações.
Moçambique é um dos países com aumento de pacientes na década de mudança sazonal nos casos de cólera.
O risco é que haja retrocessos, após avanços alcançados no controlo da doença em décadas anteriores.
A OMS calcula que mais 10 milhões de unidades de vacinas foram utilizadas para responder a surtos entre 2021 e 2022.
A procura foi maior do que a soma de toda a década anterior, acrescentou
Para o diretor administrativo da Gavi para Mercados de Vacinas e Segurança de Saúde, Derrick Sim, "a boa notícia é que existem doses para manter o atendimento a toda a procura de emergência, apesar do aumento de surtos".
Para Derrick Sim, é obrigação das autoridades "prevenir surtos", além de serem realizar esforços coletivos para revitalizar programas de prevenção.
A OMS já tinha alertado para um cenário sombrio em relação às perspetivas para controlar a doença a curto prazo.
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