Sissoco Embaló falava aos militares, em parada, no Estado-Maior General das Forças Armadas, no Quartel-General, na Fortaleza da Amura, no centro de Bissau.
Acompanhado pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Biague Na Ntan, o Presidente guineense disse visitar o local enquanto comandante-em-chefe e não como político, para rever antigos colegas.
Umaro Sissoco Embaló serviu as Forças Armadas guineenses nos anos de 1990.
"Vim falar com os meus camaradas de trincheira, dizer-lhes para se afastarem dos políticos porque todas as sublevações que aconteceram neste país foram promovidas por políticos, mas quem acaba por pagar somos nós, os militares", defendeu Embaló.
Dirigindo-se ao general Biague Na Ntan, o Presidente exortou-o para que todos os elementos das Forças Armadas trabalhem no sentido de garantir que o processo eleitoral decorra com tranquilidade até à tomada de posse dos novos deputados.
"Incumbi ao chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas para que as coisas corram bem. Penso que as eleições serão justas, livres e transparentes e quem perder vai saber respeitar a expressão da vontade da maioria", observou Sissoco Embaló.
O Presidente guineense aproveitou para esclarecer que não se envolve na campanha eleitoral, por ser "árbitro do processo" e que ninguém o viu com "a camisola vestida ou a apelar ao voto para um determinado partido".
Umaro Sissoco Embaló considerou que "talvez alguns partidos" estejam a interpretar mal as suas palavras durante a campanha eleitoral em curso e que deverá terminar em 02 de junho.
Em carta aberta hoje dirigida ao chefe de Estado, a coligação eleitoral Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) -- Terra Ranka exigiu ao Presidente da Guiné-Bissau que pare de interferir na campanha eleitoral e cumprir a lei.
Integrada por cinco partidos, a coligação PAI-Terra Ranka é liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), cujo presidente, Domingos Simões Pereira, o chefe de Estado já avisou que não irá nomear primeiro-ministro em caso de vitória eleitoral.
O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias também tem feito apelos no sentido de Umaro Sissoco Embaló se afastar da campanha eleitoral por não serem eleições para a escolha do Presidente da República.
O chefe das Forças Armadas guineenses, o general Biague Na Ntan, garantiu que "nada vai acontecer" durante o processo eleitoral e prometeu a paz e a tranquilidade na Guiné-Bissau.
Leia Também: Guiné-Bissau. Portugal vai enviar 16 toneladas de material eleitoral